30 de dezembro de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.

Limites e possibilidades


1. Diz Rui Unas que passa "serões mais divertidos" a navegar no YouTube do que a ver televisão. Não é de estranhar: Unas é um criativo, para além de um homem inteligente - e, naturalmente, a oferta televisiva existente em Portugal não lhe chega como estímulo à criatividade. Mal de todos nós, aliás, se dependêssemos da TV actual para o nosso consumo diário de cultura pop.


Acontece que o YouTube e a televisão, ao contrário do que sugere Unas, não são comparáveis. O YouTube permitiu-nos perceber melhor as limitações e as potencialidades da televisão convencional (mesmo entendendo já a televisão temática e/ou codificada como "convencional"), mas não é sequer um modelo alternativo de televisão. O YouTube pura e simplesmente não é televisão.


Televisão pressupõe alinhamento. Se nós violamos o(s) alinhamento(s) existente(s), o mais provável é que façamos bem. Mas, ainda assim, o(s) alinhamento(s) não deixa(m) de existir. Já o YouTube não passa, para já, de um mero repositório de fragmentos. Para sobreviver, a TV terá de facto de encontrar os seus próprios modelos de reposição, como de resto já vem fazendo. Mas ser capaz de "programar" esses fragmentos permanece essencial.


2. Não deixa de envaidecer-me o facto de Azeredo Lopes, presidente da ERC, ter dedicado à minha crónica de dia 26 ('Polícia' do Bom Gosto) um texto do tamanho daquele que publicou no seu blogue, Vai e Vem (www.vaievem.wordpress.com). Não vou discutir o conteúdo do mesmo, mas sempre quero registar uma curiosidade. Começa Azeredo Lopes o seu extenso texto com: "Habituei-me a apreciar as crónicas de Joel Neto no DN." Só faltou acrescentar: "Até ao dia em que ele me criticou a mim."


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