30 de abril de 2009

Crónica da TV - Nuno Azinheira

Qual o critério para se fazer um programa especial? É que de tanto banalizar o conceito... ele deixa de ser especial

A nova (?) SIC gosta de especiais. E tem-nos feito com grande regularidade. O problema é que quando se banalizam os especiais, eles perdem a sua eficácia. Sem audiências à altura do que teve num passado não muito distante, a estação tem procurado tudo para revitalizar horários de manhã e da tarde. O problema não está em tentar. A questão está nos resultados que se obtêm.

Se é relativamente fácil perceber o critério que obedece à produção de um especial "Dia dos Heróis" na véspera do 25 de Abril, ninguém consegue perceber o que leva uma estação a fazer um especial, no dia 23 com o tema enigmático Dia das Surpresas. Os conteúdos foram surpreendentes? Eu diria que não, mas concedo que haja quem pense que sim. Mas, se foram surpreendentes, porque não catalisar esse esforço para a produção dos programas da tarde e da manhã? Para quê um especial? Para dar tempo de antena a Sofia Cerveira, a Daniel Oliveira e a Rita Ferro Rodrigues? Muito bem, dê-se-lhes um programa fixo, se se acha que eles fazem falta à antena.

Percebo que seja interessante dar cravos vermelhos a três bombeiros que salvaram um jovem de uma falésia? Percebo que seja tentador perguntar "qual a parte mais difícil de ser pescador?" a um homem chamado António Pila (!). Entendo que seja importante cortar na saia da Nucha ou da Ruth Marlene e pô-las a cantar. Mas, caramba, isso não chega para ser um especial. Basta ser televisão...