Desde há vários anos que domingo é sinónimo de Marcelo Rebelo de Sousa. Inicialmente no Jornal Nacional, e nos últimos tempos em As Escolhas de Marcelo Rebelo de Sousa, na estação estatal.
Uma das maiores figuras do Partido Social Democrata alcançou o “rótulo” de “melhor comentador político” de há uns tempos para cá. Objectivo, polémico, directo, livre e “sem papas na língua”, Marcelo Rebelo de Sousa consegue, através das suas opiniões, ajudar inúmeros portugueses a ter uma outra visão dos acontecimentos que marcam o nosso país. Prova disso é o número de telespectadores que o seu último programa alcançava.
Apesar de ter sido várias vezes vítima de críticas e queixas na Entidade Reguladora para a Comunicação Social, o “professor” nunca alterou a sua forma de estar, nem mudou as suas opiniões. Manteve-se fiel ao seu estilo.
Hoje é o primeiro dia após a sua saída da RTP. Em breve, Marcelo Rebelo de Sousa deverá estar de volta a Queluz de Baixo. Será, quanto a mim, um óptimo reforço para a estação que vem numa época de alguma tensão, devido às polémicas com o primeiro-ministro. Para a SIC, não acredito que vá e penso que é na TVI que está a sua “casa”.
Em Queluz de Baixo, Carnaxide, ou na Marechal Gomes da Costa, o importante é que o público português continue a ter o privilégio de ouvir os comentários deste grande senhor!
Foi passado um ano, que integrou a família TVI. Nesta casa, o seu primeiro programa chamava-se Em Legítima Defesa, onde dividia o protagonismo com Paula Teixeira da Cruz (vereadora do PSD à Câmara Municipal de Lisboa). Em termos de formatos, na TVI, o seu percurso acabou aqui.
Em 2000, passou a integrar a equipa do Jornal Nacional, como comentador fixo das terças-feiras. Até 2009, foi esse o seu papel no canal.
Foi no final desse ano, que se falou da possível transferência de Miguel Sousa Tavares da TVI, para a SIC. Numa altura, em que a liberdade informativa da TVI, estava a ser posta em causa, pela saída de José Eduardo Moniz da estação, pelo fim do Jornal Nacional de 6ª, pela demissão da direcção de informação do canal, o jornalista aproveitou a onda, e aceitou o convite da SIC, que há muito o andava a "namorar".
Actualmente, está à frente de Sinais de Fogo. A estreia ocorreu no dia 21 de Fevereiro, tendo obtido um resultado bastante positivo: 13,9% de rating.
Para o primeiro programa, nada melhor que entrevistar José Sócrates. Achei a entrevista bem conduzida, apesar de se notar que muitas das perguntas que Miguel Sousa Tavares fez ao primeiro-ministro, acabaram por não ser respondidas.
A verdade é que, faltava, à SIC, uma figura destas. Um comentador, um jornalista, e acima de tudo, uma personalidade na qual os portugueses têm confiança.
Porque é que eu digo isto, pergunta o leitor.
Bom, se repararmos bem, há sensivelmente um ano, Mário Crespo teve um espaço de entrevista na SIC. Este, Mário Crespo Entrevista, acabou por ir por água abaixo. Os resultados foram desastrosos, e nem mesmo tendo entrevistado figuras importantes da actualidade nacional, os mesmos subiram.
Se repararmos em Sinais Fogo, notamos alguns semelhanças entre os dois formatos. Ora, isto faz-me concluir que, e não desvalorizando o excelente trabalho de Mário Crespo, os portugueses sabem que podem contar com um bom trabalho da parte Miguel Sousa Tavares.
Pessoalmente, nunca fui seu grande fã, talvez por ter comentado num noticiário que não acompanhava (Jornal Nacional), mas na entrevista ao primeiro-ministro, achei a sua postura inteligente. Fez as perguntas que José Sócrates não queria ouvir, nem responder.
Penso que, e tal como diz o provérbio, "um bom filho à casa torna", o percurso de Miguel Sousa Tavares nesta nova SIC, pode ser auspicioso, e estou bastante curioso em relação à evolução de Sinais de Fogo.
O que sei é que, o programa de hoje (1 de Março), e que acabou de começar, promete! O entrevistado vai ser Gonçalo Amaral, o ex-inspector da polícia judiciário, que lidou com o caso Maddie.
E é com estas figuras, com o comentário de Miguel Sousa Tavares, e com o seu conhecimento, que Sinais de Fogo vai vingar!