A batalha prometia ser dura. Depois do sucesso da saga Twilight, as estações de televisão portuguesas decidiram apostar em força na ficção centrada na vida de vampiros. Se, para uns, a estreia de Destino Imortal era a mais desejada, para outros, Lua Vermelha ocupava o topo das preferências. Independentemente das escolhas de cada telespectador nacional, uma coisa é certa: ambas as produções geraram curiosidade. Poucos foram os interessados em televisão que perderam a estreia de Destino Imortal e Lua Vermelha e foi igualmente reduzido o número de pessoas que não quis conhecer qual das duas produções ganhava em audiências. Apesar de não terem estreado na mesma altura (Destino Imortal foi para o ar a 24 de Janeiro e Lua Vermelha a 31 de Janeiro), as duas séries de vampiros provaram que a batalha que muitos especulavam era muito mais do que um duelo entre dois novos produtos de ficção. SIC e TVI disputavam, na altura, o mérito de quem saberia fazer melhor. Muitas foram as notícias lançadas no Televisão-Opinião sobre actores, história, horários, entre outros. Sem dúvida alguma que Catarina Wallenstein/Pedro Barroso e Luís Porto Nunes/Mafalda Leite Castro conseguiram, de certa forma, roubar protagonismo ao sucesso de Daniela Ruah na SIC, e à possível transferência de Manuel Luís Goucha para Carnaxide.
Como telespectador de televisão e, acima de tudo, enquanto crítico desta área, sem dúvida que uma batalha entre dois produtos de televisão e, mais do que isso, entre dois canais, é algo que muito agrada.
Apesar de se tratar de uma mini-série, Destino Imortal acabou por ser exibida não em horário nobre, mas aos finais de tarde. Transmitida ao longo de três semanas, em episódios duplos, este produto de ficção acabou por se adiantar a Lua Vermelha. Afinal, e aproveitando todo o sucesso do Ídolos, a estação de Carnaxide lançou a série em directo do seu concurso de talentos. Cláudia Vieira e João Manzarra deram voz a Carlos, Diana e Filipe para cantarem o genérico desta Lua Vermelha que se previa que fosse um autêntico sucesso.
Os resultados foram claros. Lua Vermelha somou 12,4% de audiência média e Destino Imortal 10,6% de rating. Sabendo que ambas as séries foram lançadas em horários diferentes, não se pôde, na altura, afirmar que tenha existido logo um vencedor. O primeiro lugar só foi entregue no dia 7 de Fevereiro, quando Destino Imortal se despediu dos telespectadores. Nesse dia, a série de Queluz de Baixo demonstrou ter criado uma maior ligação com os telespectadores do que Lua Vermelha que, após duas semanas de exibição, começou a cair nas audiências. Nesse sentido, a produção da TVI provou ter alcançado um maior sucesso, dando voz a muitos fãs que defendiam uma segunda temporada da mesma.
Apesar de todas as semelhanças apontadas entre as duas séries e a história de Lua Nova, e de muitas críticas lançadas por existirem determinados pormenores transmitidos que colocavam em causa a qualidade das mesmas, Destino Imortal e Lua Vermelha acenderam a chama da concorrência, e o objectivo de "ser o melhor". A curiosidade do público foi desperta, e o interesse dos portugueses e da própria imprensa foi notável. Como tal, quem mais poderia ter sido O Protagonista deste mês? Apenas e só Destino Imortal e Lua Vermelha.