Como vencer "Ídolos"
A TVI percebeu no primeiro domingo de 2010 duas coisas essenciais no seu combate a Ídolos: primeiro, não é com cinema que lá vai (Call Girl, o ousado filme com Soraia Chaves, só resultou quando o programa concorrente da SIC chegou ao fim); segundo, são as novelas a chave do problema da estação (Ídolos, apesar do sucesso que tem sido ao longo das últimas semanas, só ganhou quando Deixa Que Te Leve chegou ao fim).
Mesmo assim, o programa-sensação da temporada, apresentado pela dupla João Manzarra e Cláudia Vieira, conseguiu 1,2 milhões de espectadores e quase 40% de share médio, embora na hora das decisões (e apesar das polémicas entre o júri e alguns concorrentes...) tenha concentrado na SIC metade do Portugal televisivo.
O que temos então para a semana? Não havendo notícia de qualquer nova aposta da TVI para as noites de domingo, o mais certo é que o director de programas da TVI, Luís Cunha Velho, aposte forte na sua ficção nacional. Já não a medo, até às 23.00, mas em full time, como todos os dias da semana, até à meia-noite e meia. É para já esta a única forma de tapar o inimigo.
É mais do mesmo? É, claro que é! É pouco imaginativo? É, claro que é! Revela dificuldades e uma excessiva dependência? Sim, claro que revela! Mas é eficaz, e sobretudo ninguém pode levar a mal que a TVI o faça, para tentar salvar aquilo que nos últimos domingos tem perdido para a velha rival SIC: o horário nobre.
Cabe ao espectador optar: ou prefere mais um episódio de uma novela que, como qualquer pastilha elástica, tem a elasticidade que tem; ou opta por um espectáculo que já provou ter os ingredientes necessários para prender a audiência ao ecrã.