11 de agosto de 2009

Fecho


Boa noite. Fechamos por hoje com a já habitual crónica. A de hoje é da autoria de Nuno Azinheira e foi retirada do Diário de Notícias.

As audiências não são a bolsa

As audiências televisivas medem tendências de média/longa duração. Obviamente, a saída de Moniz não podia sentir-se já.

A TVI conseguiu no domingo um dos piores resultados dos últimos anos. É claro que há muita gente que se apressou a dizer que eram "os piores resultados da era pós-Moniz". Foram, de facto, mas é um disparate chegar a esta conclusão. Moniz saiu há três ou quatro dias, portanto, qualquer resultado baixo seria sempre o pior dos novos tempos. Depois, ninguém que perceba minimamente de televisão pode dizer, se quiser ser honesto, que as audiências reflectem já o efeito da saída do líder. Não reflectem, nem podem reflectir. As audiências televisivas não são a bolsa de valores, são tendências de média/longa duração, que avaliam apenas o interesse do consumidor pelas ofertas que os programadores televisivos lhes colocam à frente.
Como explicar então os 19,7% de quota de mercado conseguidos pela TVI no domingo, atrás do cabo, mais de dez pontos atrás da RTP1 (primeiro lugar) e a mais de cinco da SIC (segunda classificada)? Precisamente, pela oferta televisiva do dia.

Com um dia muito forte, a RTP1 juntou a eficácia do futebol (a final da Supertaça entre o FC Porto e o Paços de Ferreira foi vista por 1,2 milhões de espectadores), ao furor da subida ao alto da Senhora da Graça na Volta a Portugal (36,5% de share) ao interesse suscitado pelo funeral de Raul Solnado (a televisão pública deu um banho na TVI na qualidade da emissão em directo, enquanto a SIC, estranhamente, nem foi a jogo).

Tudo somado, a RTP conseguiu uma vitória como há muito não se via e a TVI caiu como já ninguém se lembrava. Mas foi só isto, nada mais. Amanhã, garanto-vos, tudo volta ao normal....

Outras audiências

19:00 - 20:00

Morangos com Açúcar - 6,6% de rat e 30,4% de share
O Preço Certo - 6,0% de rat e 27,8% de share
Tá a Gravar - 3,8% de rat e 17,8% de share

20:00 - 21:00

Jornal Nacional - 8,4% de rat e 27% de share

21:00 - 24:00

As Divinas Comédias - 8,7% de rat e 24,9% de share
Jogo Duplo - 8,5% de rat e 23,8% de share
Salve-se quem Puder - 8,4% de rat e 23,6% de share
Cenas do Casamento - 7,3% de rat e 20,9% de share
Caminho das Índias - 5,6% de rat e 22,1% de share

Fonte: A Minha TV

Audimetria - 10/08/2009


Bom dia. Ontem a TVI subiu e a RTP1 e a SIC desceram. O programa mais visto foi a novela Deixa que te Leve com 12,6% de rat e 35,5% de share. Seguiu-se Sentimentos com 12% de rat e Flor do Mar com 10,1% de rat. O share da última bateu os 40%.
Quanto a noticiários, o Telejornal foi o mais visto (9,6% de rat e 31,1% de share), seguido do Jornal da Noite (9,1% de rat e 29,4% de share).
Analisando os shares das 3 estações, é de referir que a RTP1 está a tornar-se forte. Num dia de semana consegue 23,6% de share. Ora isto é penalizante para Carnaxide. A TVI esteve muito melhor que ontem, mas mesmo assim o share é inferior a outrora.

Mais informações mais logo.

Fonte do quadro: Mediamonitor

Notícia - Ongoing prefere a SIC


Moniz assume vice-presidência de um grupo que ambiciona poder comandar a Impresa

Aproveitou-se a apresentação de José Eduardo Moniz como vice-presidente da Ongoing Media para esclarecer que a prioridade do grupo é comprar a Impresa e não a Media Capital. O trunfo para seduzir Balsemão chama-se Moniz.

"Damos prioridade às posições onde estamos presentes", disse, ontem, Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing Media, proprietária do Diário Económico. Este grupo detém 23.5% da Impresa (SIC). Rafael Mora, o número dois da Ongoing, de nacionalidade espanhola, reiterou a ideia, recorrendo à metáfora do namoro para exemplificar o ponto da situação dos negócios. "Com a Media Capital houve conversas informais, saímos para tomar um copo, não houve namoro, não nos obriguem a casar já", explicou. "Com a Impresa já namorámos; ela é a nossa primeira prioridade".

Mostrando-se paciente em relação a uma resposta afirmativa da parte de Francisco Pinto Balsemão, o presidente da Impresa;o vice-presidente da Ongoing referiu que não é imperioso adquirir uma posição maioritária no grupo. Basta-lhes 30%, desde que o acordo tácito pressuponha poder de decisão. "Queremos partilhar a gestão". A atitude diante do desejado poder na televisão revelou-se ontem menos exigente do que a expressa na semana passada. O objectivo: levar Balsemão a ponderar a possibilidade de delegar o comando. Numa proposta inicial, sobraria a Balsemão o cargo de administrador não executivo na empresa que fundou. Recorde-se que o presidente da SIC comunicou não estar disposto a alterar a sua posição. Ontem, Rafael Mora falava que não tinha pressa e que nem sequer foi estabelecido um prazo para se passar ao plano B - a negociação com a Prisa.

Para Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing, o negócio com a Impresa não trava um futuro acordo com a Media Capital. "Não estamos em conversações com a Prisa, mas estamos abertos à sua retoma", declarou. De qualquer modo, se houver evolução neste sentido, a Ongoing irá desfazer-se na participação da SIC. Ontem, a tónica do seu discurso foi outra: a aposta na lusofonia, no Brasil e nos países africanos. "Esperamos inovar para que Portugal seja um pólo de desenvolvimento da língua portuguesa". Foi neste feixe de coordenadas que introduziu a contratação de José Eduardo Moniz, a quem reconhece a qualidade de "trunfo para qualquer grupo de média".Sobre um eventual acordo prévio com a PT, anterior interessado na TVI, Vasconcellos admite a criação de sinergias, mas não mais do que isso. " Não acredito que os grupos de telecomunicações criem conteúdos".

Fonte: Jornal de Notícias