A personagem Fred em Morangos com Açúcar marcou a série, marcou os portugueses, e marcou também a vida de Paulo Rocha. Naquela época, toda a gente falava do Bar do Fred. Arriscaria mesmo a dizer que foi o dono do Bar da segunda temporada de Verão de Morangos com Açúcar que impulsionou a sua carreira. Basta pensar que após o Fred, o actor deu vida ao Rodrigo de Vingança. Um grande pulo.
Recordo-me perfeitamente de estar atento às suas maldades, afinal de contas ele era o grande vilão da trama. A meu ver, um dos melhores que já se viu na televisão portuguesa. Rodrigo tinha tudo para ser odiado, era daqueles “maus” a que “apetecia” bater. E de quem é o mérito de tudo isto? De quem lhe deu vida, claro está. Na altura, a crítica ficou rendida. Estava a surgir um grande profissional. E como os bons actores não podem ficar parados, Paulo Rocha ganhou logo o papel de protagonista da substituta de Vingança, Resistirei. Embora fosse o “bonzinho”, penso que também não esteve mal. Apenas lhe faltava um pouquinho de chama. Mas, se fomos a ver, a maioria do elenco padecia do mesmo mal.
Recentemente deu vida ao revisor Hélder de Podia Acabar o Mundo. Um papel muito bem construído e no qual se confirmou a sua grande versatilidade. Actualmente é o Vasco de Perfeito Coração. É aqui que dá, no meu entender, uma lição de representação. É um prazer vê-lo todas as noites a criar artimanhas para resolver os problemas em que se mete. É também uma alegria percepcionar a sua enorme empatia com Luciana Abreu. Tudo aquilo que fazem, que dizem, parece real. Aqui o mérito é de ambos, claro está. Mas Paulo Rocha não deixa de merecer os melhores elogios. Afinal de contas, conseguiu transformar o seu mecânico numa personagem muito querida pelos portugueses.
Talvez tenha sido tudo isto, o que fez com que Rui Vilhena o quisesse na sua grande aposta. É que, ao que tudo indica, o actor vai mesmo ser uma das estrelas de Bem Me Quer Mal Me Quer. Mais do que merecido. É claro que para os lados de Carnaxide se faz boa ficção, mas é em Queluz de Baixo que os portugueses reconhecem melhor o trabalho dos actores. Tenho a certeza de que brilhará.
No entanto, não é este o único reconhecimento que Paulo Rocha terá. Se tudo correr como previsto, ele será um dos próximos actores portugueses a brilhar no difícil mercado brasileiro. É que Aguinaldo Silva quer que ele protagonize a sua próxima trama, Marido de Aluguer. Mais do que um orgulho para nós, portugueses, esta é uma grande vitória para o actor. É que, entre tantos colegas de profissão, é ele o desejado. Oxalá se confirme a boa noticia e que de terras de Vera Cruz venham os melhores elogios para este excelente profissional.
Depois de todos os problemas que teve na sua infância, Paulo Rocha merece todo este e muito mais sucesso. Ele é um exemplo para quem começa e uma inspiração para quem deseja trabalhar em representação. Tudo o que tem alcançado é ainda pouco, certamente que alcançará muito mais. Ele é, Paulo Rocha!
Sinto-me nostálgico quando vejo um dos primeiros trabalhos de Diogo Morgado: Amo-te Teresa. Foi em 2000 que o primeiro telefilme da SIC foi para o ar. Um autêntico sucesso, que levou a estação de Carnaxide a continuar a apostar neste tipo de produções.
Morgado dava vida a um adolescente de 15 anos, Miguel, que choca com uma adulta de 35 anos, Teresa, quando o seu avião telecomandado embate contra o vidro da personagem interpretada por Ana Padrão. É assim o início de um amor proibido, que acaba com a detenção de Teresa. Condenada a três anos de prisão, ela consegue pedir um recurso e sai da cadeia dois anos antes. Quando é posta em liberdade, Teresa vê um avião a sobrevoar a prisão, sendo este comandado por Miguel, agora com 16 anos. O telefilme termina com os dois a beijarem-se, uma vez que a personagem de Ana Padrão já não podia ser acusada de pedofilia.
Este foi só o início de uma grande carreira. Actor, modelo e até apresentador, Diogo Morgado já passou por diversas áreas, desde que começou a trabalhar. Lembra-se de ele ter conduzido Dá-lhe Gás, um programa das manhãs de fim-de-semana da SIC? Por lá passou igualmente Jorge Gabriel, actualmente na RTP1.
Um dos marcos da carreira do actor da SIC foi também o papel de Santiago, em Vingança. Uma novela cheia de acção, intrigas, traições, e sempre com uma história de amor no fundo. O triângulo entre Laura, Santiago e Afonso, criou com os portugueses uma enorme cumplicidade. Todo o enredo acabou por dar à estação de Carnaxide imensos frutos ao nível das audiências.
Eu vi a novela, e posso dizer que na altura sabia que poucas chegariam ao nível de Vingança. Aliás, vários amigos meus, que na maioria das vezes não seguiam produções deste género confessaram-me que poucos eram os episódios que perdiam desta novela.
Obviamente que Vingança acabou por projectar Diogo Morgado como um dos grandes nomes da ficção nacional.
O brilho que tem nos olhos, o talento que possuí, a forma como pronuncia as palavras, acabaram por cativar os produtores do filme Mary, Mother of Christ, cujas gravações começaram em Janeiro de 2010.
Diogo Morgado prepara-se para entrar no momento mais alto da sua carreira, uma vez que para além de participar num filme de Hollywood, vai contracenar com Al Pacino, Peter O'Toole, entre outros.
O Marlon Brando português, forma como o actor é tratado, vai de certeza arrasar, e dar nas vistas.
Afinal, é disto que se faz uma grande carreira. Com 30 anos, Diogo Morgado já tem um currículo enorme e totalmente invejável. É sem dúvida um grande profissional, e muito melhor que alguns da sua idade que participam em novelas do canal da Media Capital.
Desejo sinceramente que o actor brilhe no estrangeiro e que futuramente, se fale ainda mais dele. Ele merece!
Iniciado um novo Frente a Frente, damos por encerrado o anterior. Neste sentido, aqui fica o resultado da enquete que opunha as opiniões Meu Amor/ Mar de Paixão:
Meu Amor, por Diogo Santos - 67%
Mar de Paixão, por Tiago Henriques - 33%