Boa noite. O Frente a Frente desta semana coloca em duelo duas jornalistas da estação de Queluz de Baixo. Lurdes Baeta e Susana Bento Ramos estão em destaque nesta segunda-feira.
Quando me perguntam uma pivô feminina de referência da estação de Queluz de Baixo, a primeira que me vem à cabeça é, sem quaisquer tipo de dúvidas Lurdes Baeta.
Desde há algum tempo, nomeadamente após a saída de Ana Sofia Vinhas que o canal deixou de ter muitas senhoras à frente dos seus noticiários. A cara maior do canal, por assim dizer, passou então a ser esta jornalista. No entanto, actualmente, há que ter em mente o facto de Ana Guedes Rodrigues começar a dar o ar da sua graça e a mostrar que também é um membro presente.
Ainda assim, penso que ainda não consegue substituir Lurdes Baeta.
Avaliar pivôs de blocos noticiosos
é sempre complicado. Mas esta jornalista é sem sombra de dúvidas um exemplo em televisão. Não possuí a popularidade de Clara de Sousa ou Judite Sousa, mas, nos ecrãs da TVI ela é “a pivô”. Prova disso é o facto de ter sido por diversas vezes chamada para emissões especiais, como a cobertura da visita do Papa Bento XVI a Portugal ou várias noites de eleições.
No ecrã, Lurdes Baeta apresenta sempre uma imagem cuidada, sofisticada e ao mesmo tempo forte. A sua dicção é quase perfeita e dá um toque especial ao que diz. Talvez seja pelo seu característico tom de voz, ou pelos anos de experiência, mas o certo é que consegue sempre captar a minha atenção.
Quererá isto dizer que não transmite uma certa juventude? Não, claro que não. Embora já tenha um curriculum preenchido, a pivô demonstra muita frescura. E, após ter sido mãe recentemente parece estar ainda melhor. Eu arriscaria a dizer que está mesmo “na sua melhor forma”.
Uma das minhas memórias mais remotas em que o seu nome esteja envolvido é do tempo em que o Jornal Nacional ainda era apresentado em dupla. Lurdes Baeta era a companheira de Pedro Bello Morais.
Não sei porquê, mas sempre gostei de os ver juntos. Para mim eram, efectivamente, a melhor “equipa” da TVI. Com o seu final, deixei de poder ter o prazer de os ver juntos, mas é claro que ainda não perdi a esperança de que voltem a trabalhar em conjunto. Desde esse tempo que passei a ficar ainda mais atento ao trabalho desta jornalista.
Outra situação que muito aprecio é o facto de já ter participado em vários programas de entretenimento da estação. Para além das habituais galas de Natal e de aniversário do canal, Lurdes Baeta também demonstrou a sua queda para a música em Canta Por Mim, ao lado de Pedro Camilo. Todas estas “fugas à informação” foram provas de que um jornalista também pode demonstrar outros lados.
Para mim, foi uma clara forma de desmistificar alguns estereótipos que ainda existem em relação a estes profissionais. Se gostei de a ver cantar? Não digo que cante muito bem, mas até se desenrasca bem!
Por tudo isto e muito, muito mais, esta semana decidi defender Lurdes Baeta, mais do que uma referência, ela é um exemplo de sucesso e crescimento para quem um dia sonha entrar no fascinante mundo da informação.
A minha primeira memória de Susana Bento Ramos remota ao Diário da Manhã. Na altura, considerava-a ainda um pouco verde para pivô de um noticiário. No entanto, com o tempo fui-me acostumando a acordar com a jornalista da TVI. Todos os dias, após despertar, ligava a televisão para ser informado por Susana Bento Ramos. A sua voz, o seu olhar, a sua imagem, o seu formalismo misturado com uma certa simpatia, cativavam-me.Recordo ainda os seus colegas, dos quais tenho saudades de ver no Diário da Manhã: José Carlos Araújo, Rui Baptista e Sofia Barciela.
Com a mudança de pivôs, acabei por mudar de canal a partir das sete da manhã. A minha televisão nessa hora, sintoniza-se agora na SIC. Mas nem por isso deixo de ficar saudoso do tempo em gostava bastante de ver Susana Bento Ramos no ecrã. A jornalista passou para o Jornal da Uma, acompanhada por Pedro Carvalhas. Por lá permaneceu muito tempo, tendo construído uma dupla profissional e cheia de empatia. Ao que li na imprensa, Susana Bento Ramos foi convidada a dar a cara pelo Diário da Manhã. No entanto, a pivô rejeitou a proposta. Acabou assim por ser colocada de lado na apresentação dos noticiários de Queluz de Baixo.
Os trabalhos de reportagem, pesquisa e alinhamento passaram assim a ser o seu trabalho.
Li posteriormente que Susana Bento Ramos tinha por hábito ser convidada para
dar palestras e participar em conferências nas várias faculdades do país. A ser verdade, isso só veio provar toda a admiração que nela tinha. Com a entrada de Júlio Magalhães na direcção de informação da TVI, Susana Bento Ramos passou a apresentar um programa de discussão no canal de notícias da estação de Queluz de Baixo. Discurso Directo, é este o seu nome, e tem por objectivo receber o telefonema dos telespectadores para darem a sua opinião sobre um determinado tema. Assemelha-se por isso a Opinião Pública da SIC Notícias e Antena Aberto da RTPN.
Tenho pena que Susana Bento Ramos já não faça dupla com Pedro Carvalhas na minha hora de almoço, que o canal da Media Capital a tenha dispensado por um simples "não" e, acima de tudo, por considerar que era um dos rostos jovens da informação da TVI que caía nas graças dos portugueses. Provavelmente alguns dos leitores do Televisão-Opinião poderão não conhecer de quem estou a falar esta semana, mas se acompanhassem todo o seu trabalho tal como eu o fiz, de certeza que ficariam rendidos a esta magnífica profissional.
O país precisa de pessoas cultas, informadas sobre a actualidade, com um grau de inteligência que as leve a questionar um simples pormenor. Não conhecia Susana Bento Ramos pessoalmente, mas na altura em que a via no ecrã, dava-me ideia de que ela era esse tipo de ser humano, atenta a tudo e a todos.
Por outro lado, o à vontade que demonstrou nos últimos tempos que conduzia o Jornal da Uma, dava-me vontade de visualizar o noticiário.
Aliás, recordo-me de Manuel Luís Goucha muitas vezes brincar com a jornalista, aquando dos directos de Você na TV! para a redacção de informação da TVI, e de ela alinhar com ele.
Por outras palavras, Susana Bento Ramos não dava nas vistas só por ser culta, mas também por ter sentido de humor e uma simpatia à flor da pele.
Porque é que a estação de Queluz de Baixo a retirou da condução do Jornal da Uma? Penso que não valeu a pena. Pedro Carvalhas passou a brilhar menos, acabando as notícias por serem difundidas com um carácter soturno. Susana Bento Ramos não só dava vida ao noticiário como ao seu colega. Há decisões que, infelizmente, não se compreendem. Esta, foi uma delas.
Espero que a TVI repense melhor a situação desta jornalista no canal. Ela merece!
Kelly Nakamura e João Lopes, por Diogo Santos - 30%
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