Este meio maravilhoso
Não sei se efectivamente se pode dizer como Charles Kenny, o célebre economista norte- -americano para o qual "a televisão vai salvar o mundo". Mas sei que os seus dados são correctos. Sei que os dados dos investigadores Robert Jensen e Emily Oster, igualmente americanos, são correctos também. E tenho poucas dúvidas, por esta altura, de que, no essencial, todos têm razão: a televisão será um dos investimentos mais seguros dos próximos anos.
Em 1995, e apesar daquilo que possamos pensar, apenas 45% dos lares ao redor do mundo dispunham de TV. Esse número subiu significativamente ao longo dos dez anos seguintes, situando-se em 2005 na ordem dos 60%. Pois até 2015, e à medida que o chamado "terceiro mundo" se vai desenvolvendo, o número de lares cobertos deverá crescer outros 15%. E só nos próximos três anos serão vendidos mais de 150 milhões de aparelhos, o que inevitavelmente trará uma série de oportunidades nos domínios da produção e da distribuição também.
É caso para voltar a celebrar este maravilhoso meio de comunicação. Até porque, como nota Charles Kenny, nem só à violência, à obesidade e à alienação se pode associar a TV. Por todo o mundo, milhões de pessoas vão despertando para a verdadeira natureza do poder dos ditadores que as governam. Ao mesmo tempo, centenas de milhar de mulheres subjugadas pelos maridos vão aprendendo que podem tomar sozinhas a decisão de ir ao mercado - e, entretanto, já não passam a vida a rezar para terem filhos rapazes, em vez de raparigas.
Não sou eu que o digo: são estudos académicos. Os mesmos que provam que, ao contrário do que tantas vezes pretendemos, o mundo é melhor com televisão.