Só se estraga uma casa
Flora?", confere a repórter. "Andrade", insiste a senhora. "Flora Andrade. Então, pode contar- -nos a sua anedota, por favor." E a senhora foi por aí fora. Primeiro, um beijinho ao marido, alvo do seu incomensurável amor. Depois, claro, a piadola. Durante um discurso, José Sócrates põe-se a enunciar os feitos do Governo. A cada feito, uma senhora grita lá de trás: "Aperta-me as mamas! !Aperta-me as mamas!" Até que um segurança a interpela: "Oh, minha senhora, o que é isso?" Resposta: "É que quando me estão a"… bom, vocês sabem… "eu gosto que me apertem"… Pronto, toda a gente viu, não?
Foi no SIC ao Vivo, aqui há uns dias - e talvez mandassem as regras da crítica lembrar que quem faz televisão assim, acéfala, se sujeita a cenas destas (e que, de resto, quem insiste na participação não editada dos espectadores até está, de alguma forma, a pedi-las). Utilidade, nenhuma. Estudam-se ver as caras dos alarves que se reuniram em torno da anedota, junta-se-lhes a cara da própria repórter (uma daquelas loirinhas das entrevistas de circunstância, muito dada a trejeitos para a câmara) e percebe-se: esta gente gosta disto.
O público gosta - e os próprios apresentadores, embora chocados no imediato, não tardam a questionar-se se, apesar de cabeludo, aquele não foi "um grande momento de televisão".
Tanto quanto posso lembrar-me, foi o pior Verão de sempre. E, caramba: ainda faltam uns dias.