As audiências televisivas medem tendências de média/longa duração. Obviamente, a saída de Moniz não podia sentir-se já.
A TVI conseguiu no domingo um dos piores resultados dos últimos anos. É claro que há muita gente que se apressou a dizer que eram "os piores resultados da era pós-Moniz". Foram, de facto, mas é um disparate chegar a esta conclusão. Moniz saiu há três ou quatro dias, portanto, qualquer resultado baixo seria sempre o pior dos novos tempos. Depois, ninguém que perceba minimamente de televisão pode dizer, se quiser ser honesto, que as audiências reflectem já o efeito da saída do líder. Não reflectem, nem podem reflectir. As audiências televisivas não são a bolsa de valores, são tendências de média/longa duração, que avaliam apenas o interesse do consumidor pelas ofertas que os programadores televisivos lhes colocam à frente.
Como explicar então os 19,7% de quota de mercado conseguidos pela TVI no domingo, atrás do cabo, mais de dez pontos atrás da RTP1 (primeiro lugar) e a mais de cinco da SIC (segunda classificada)? Precisamente, pela oferta televisiva do dia.
Com um dia muito forte, a RTP1 juntou a eficácia do futebol (a final da Supertaça entre o FC Porto e o Paços de Ferreira foi vista por 1,2 milhões de espectadores), ao furor da subida ao alto da Senhora da Graça na Volta a Portugal (36,5% de share) ao interesse suscitado pelo funeral de Raul Solnado (a televisão pública deu um banho na TVI na qualidade da emissão em directo, enquanto a SIC, estranhamente, nem foi a jogo).
Tudo somado, a RTP conseguiu uma vitória como há muito não se via e a TVI caiu como já ninguém se lembrava. Mas foi só isto, nada mais. Amanhã, garanto-vos, tudo volta ao normal....
2 comentários:
Este senhor está completamente errado... Basta ver os resultados de segunda e teerça para vir corrigir a sua crónica.
Eu concordo com o Nuno Azinheira. Não acredito nada que a TVI deixe de liderar. Eu cá vejo um canal pela sua programação e não porque está lá um director de programas qualquer.
Só se há 2 milhões de pessoas que viam a TVI pelo José Eduardo Moniz. Como isto não me parece, concordo com a crónica.
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