1. A notícia de que a RTP dará lucro em 2010 deve ser lida com cuidado. A estação pública poderá efectivamente ter resultados favoráveis, mas porque conta com centenas de milhões de euros de financiamento do Estado. Ou seja: bem feitas as contas, e considerados os dez milhões de euros de lucro previstos (e que, aliás, só não chegam a 18 milhões porque "a adesão ao programa de rescisões voluntárias superou as previsões"), a RTP não precisa de 400 milhões de euros anuais de investimento, mas de 390 milhões apenas. O dado é positivo, mas o problema essencial mantém-se.
2. Os bons resultados obtidos pelo Jornal da Noite (vide o dia de segunda-feira, em que voltou a bater o Telejornal e o Jornal Nacional) são a prova de que, por muito que mexa na programação, a SIC não devia mexer na informação. Contratar Júlia Pinheiro é uma coisa, contratar Manuela Moura Guedes é outra. A televisão vai ficar mais uniformizada ainda. No caso das telenovelas e dos reality shows, as mudanças vão seguramente trazer vantagens a Carnaxide. No caso dos telejornais, será o contrário. E em ambas as situações quem mais perde é o telespectador.
3. Previ mal duas coisas importantes ao longo dos últimos meses. Rui Moreira, está confirmado, não foi para a TVI, mas para a RTP2; e as transferências de monta entre a SIC e a TVI, parece cada vez mais próximo de confirmar-se, não acabaram em Fátima Lopes, mas estender-se-ão a Júlia Pinheiro. Qualquer das duas histórias é sinal de que a televisão generalista tenta pontapear em resposta à crise (que é geral, mas que é também endógena). E, apesar de tudo o resto, há que celebrar essa resposta.
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