Às 21:00, entra em linha Os Escolhidos.
Da maneira como estão as coisas entre a televisão, o futebol e os espectadores, os programas de debate entre adeptos notórios dos três clubes grandes (vulgo "debate de painelistas") são a única coisa capaz de impedir-nos de mergulhar na esquizofrenia total. É tanto o "4-3-3", tanta a "basculação" e tanta a "posição 6" que, não havendo alguém que nos recorde que o futebol é sobretudo uma brincadeira, ainda acabamos todos doutorados em pontapé na bola.
Assistir a O Dia Seguinte (SIC Notícias), tanto quanto às intervenções suplementares dos seus três comentadores sobre este Mundial, já é outra coisa. Porque o mínimo que se podia esperar era que José Guilherme Aguiar, Dias Ferreira e Sílvio Cervan vissem os jogos, soubessem os resultados ou tivessem ao menos uma ideia de como vai o Campeonato do Mundo. E o facto é que viram pouco, não sabem bem e, quanto à dita ideia, é no mínimo demasiado geral.
Ter alguma coisa para dizer, no contexto de uma tal impreparação, é naturalmente impossível. E, porém, conseguem fazer-se programas longuíssimos, incluindo debates supostamente pormenorizados em torno de tudo o que se passa na África do Sul, sem ter nada para dizer. Ou, então, reduzindo a discussão àquilo que já toda a gente repete na rua porque, entretanto, ouviu os narradores das televisões, conferiu os comentadores da rádio e visitou os sites dos jornais.
Se O Dia Seguinte goza ainda de algum sucesso, é em resultados dos clubismos primários (que são os únicos que fazem sentido, diga-se). A verdade é que, mesmo sobre os jogos de FC Porto, Sporting e Benfica, porém, os três comentadores da SIC Notícias já acrescentam pouco. Quanto ao Mundial, é um deserto.
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