Era umas das estreias mais aguardadas para a rentrée de 2010. No meio de uma série de apostas fortes, Secret Story – A Casa dos Segredos era a cereja no topo do bolo de uma TVI que se prometia bem apetrechada para a próxima temporada. Estreou no início de Outubro na estação líder em Portugal e marcou, irremediavelmente, esse mesmo mês.
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Secret Story – A Casa dos Segredos
Há muito que se falava e desejava o regresso de um novo reality-show para a televisão portuguesa. Com a última edição do Big Brother datada de 2003, era consensual a ideia de que um novo programa do género fazia falta e continuava a ter um espaço reservado na televisão generalista nacional. E com a chegada de André Cerqueira à direcção de programas da TVI, esta hipótese de regresso voltou a ganhar um outro fulgor.
Foi em Maio quando Cerqueira acendeu o rastilho. Na apresentação da novela Espírito Indomável, o recém-chegado director de programas afirmou à imprensa que “se nós acreditarmos que o público quer de volta uma coisa que é uma marca da TVI como um reality-show, a TVI o fará”. E bastaram poucos meses para que o tão ansiado reality-show, bem ao estilo do Big Brother, regressa-se ao activo.
O Verão foi, todo ele, rico em especulação por parte da imprensa. Primeiro era o formato Big Brother que estrearia em Setembro, depois já era Secret Story. E na apresentação, tanto estava garantido o regresso de Teresa Guilherme, como a estreia nestas lides de Fátima Lopes. Muita foi a quantidade de tinta que este tema deixou correr, mas só com o aproximar da data de estreia é que os pormenores acerca deste novo e arrojado formato começaram a ser descobertos.
Ao contrário do trivial Big Brother, Secret Story vai muito para além da fórmula de sucesso: fechar um grupo de concorrentes numa casa vigiada 24 horas por dia. Neste formato, que obteve um estrondoso sucesso em França, há uma maior parafernália em torno do jogo, baseada maioritariamente no facto de cada concorrente ter um segredo que deve esconder minuciosamente aos restantes companheiros de casa. Para além disso, a própria produção do reality é muito mais perspicaz e interventiva no dia-a-dia dos concorrentes. Exemplo disso é a existência da Voz, um interveniente que no formato Big Brother nunca obteve especial relevo.
Depois de sucessivos adiamentos, finalmente chegava o tão ansiado domingo, 3 de Outubro. Com Júlia Pinheiro, Pedro Granger e Leonor Poeiras nos comandos das galas e dos vários blocos deste concurso, Secret Story começava então a marcar presença na grelha da TVI, aliás, estação essa que sempre foi conhecida como a “televisão dos reality-shows”
Dez anos depois, e apesar de um impacto e de uma popularidade abissalmente mais fracos do que o antecessor, Big Brother, Secret Story – A Casa dos Segredos conseguiu impor uma “nova era” nos reality shows. “Nova era” essa que prescinde de limites mínimos de bom senso e de princípios para dar lugar a uma atraente e arrojada nova filosofia que não impõe regras num jogo onde vale rigorosamente tudo.
Estreou em Outubro, mas Secret Story marcou inevitavelmente o ano televisivo.
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