11 de novembro de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.

Olhe que não, sôtor!

1. Não faço ideia das audiências que a RTP Memória teve no sábado com a repetição do histórico debate Soares/Cunhal, exibido originalmente há 35 anos, na noite de 6 de Novembro de 1975. Não sei igualmente se entre os espectadores desta repetição do mais emblemático debate televisivo da democracia portuguesa se encontravam alguns dos políticos tão cheios de si que, na semana passada, nos brindaram com a discussão do Orçamento do Estado. Se não estavam, deviam.

Aquele debate, moderado por Joaquim Letria e José Carlos Megre, é uma peça de antologia. E foi bom que a RTP Memória o tenha tirado da gaveta. Fê-lo por causa da efeméride, sei-o bem. Eu teria preferido que o tivesse feito num gesto editorial, numa época - esta, triste, em que vivemos - de discussão orçamental, de pré-campanha para as presidenciais e, provavelmente, de pré-campanha para umas legislativas forçadas lá para Abril.

A RTP Memória também serve para isto: para nos avivar a dita. E o que fez é serviço público: perante a densidade argumentativa de há 35 anos, a RTP Memória mostrou-nos uma vez mais como é vazia esta classe política que temos hoje em dia. Resta-nos um consolo: dentro de 35 anos, ninguém se lembrará dela.

2. O documentário de Catarina Furtado Dar a Vida sem Morrer , exibido domingo à noite (e que antecedeu a estreia para hoje da nova temporada de Príncipes do Nada), foi um bom programa de televisão. Bem filmado, emocionante q.b., com a embaixadora Catarina no registo certo, sem exagerar no protagonismo nem se apagar no ecrã. Mais de 750 mil espectadores num documentário, ao mesmo tempo de Grande Reportagem na SIC e de Marcelo na TVI, é obra.

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