A culpa foi minha. Apesar das ameaças, fui incompetente. Ele era o Benfica na Sport TV, ele era o Ídolos na SIC. Ele era, enfim, a aguardada estreia da Casa dos Segredos na TVI. Apesar de tudo, não fui capaz de arranjar um restaurante com televisão para o jantar de aniversário familiar. Assim sendo, passei o repasto em sobressalto, até que a bomba de Carlos Martins me acalmou os ânimos e permitiu digestão mais fácil à espetada de tamboril. Depois, via telemóvel, lá me foram avisando da actividade televisiva. Que os "cromos" do Ídolos eram o máximo, que "o programa hoje é especial e nunca mais acaba", que o Secret Story "era uma bandalheira", que "ia arrasar" e outros mimos sobre a pinta das concorrentes que uma pessoa de bem não pode reproduzir num jornal sério.
Quando, à meia noite e meia, cheguei a casa, o meu clube já era segundo e o meu programa preferido já tinha acabado. Mas, hélas, Júlia Pinheiro, lady in red, num cenário vanguardista, ainda falava da nova casa. Quando o programa acabou, em minha casa, começou de novo. Foi então altura de activar a gravação digital e ver a primeira emissão do reality show que, não tenho dúvidas, vai arrasar as audiências.
Só há uma coisa a dizer: aquilo é muito mau. E, desculpa Joel, como tal... é muito bom. O jogo em si, aliás, é bem mais interessante que o Big Brother.
Nada foi deixado ao acaso: os duches em vidro transparente, as concorrentes escolhidas a dedo, o sexo sempre presente na narrativa.
É pornográfico? Sim, seguramente. É degradante? Pois, pode vir a ser, depende do que vier a acontecer. É excitante? Oh, siiiimmm. Eu já tinha saudades de uma coisa assim, que toda a gente bate, mas que toda a gente vê. Vai uma apostinha?
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