6 de setembro de 2010

Frente a Frente

Boa noite e bem-vindo ao Frente A Frente desta semana!

Os programas de moda marcaram a edição da última segunda-feira. Esta noite mudamos de tema e vamos ter frente-a-frente dois grandes nomes femininos da representação em Portugal: Carla Andrino e Marina Mota!



Carla Andrino é, no meu entender, um dos maiores exemplos de que hoje em dia os actores não possuem rótulos. Até ao ano de 2007 vimo-la desempenhar, na grande maioria dos casos, papéis cómicos. No entanto, a TVI deu-lhe uma oportunidade de mostrar que não era apenas humorista. E a sua São Costa

provou, claramente, que ela é, definitivamente, uma actriz versátil.


Cenas intensas, muito bem conseguidas e que só vieram ajudar a que esta produção conquistasse ainda mais telespectadores. A meu ver, esta personagem ajudou a que muitos portugueses também mudassem a imagem que tinham desta excelente actriz.


Simpática, bonita e muito carismática, assim é Carla Andrino, alguém por quem tenho uma admiração especial. Que bom foi ver o seu talento reconhecido em telenovelas. E espero que continue o excelente percurso que tem construído, até porque senhoras destas há muito poucas!


Para sempre guardarei expressões como Tchanam! ou Cansas-me a Beleza, que a sua Lu de A Outra tantas vezes entoou. É isto que se pede a um actor, que faça com que as pessoas se identifiquem com a personagem por ele interpretada e que a “adorem”. E eram muitas as pessoas que adoravam esta “nova rica”. Confesso que eu próprio via esta trama de Tozé Martinho em grande parte por causa deste núcleo.

Mas não é só a representar que Carla Andrino dá cartas. Quem não se lembra do segundo lugar alcançado na primeira série de Dança Comigo? Segui atentamente o seu percurso e adorava vê-la mostrar a Portugal o quão bem dançava. Talvez por isso acabasse por ajudar um dos casais de Cantando e Dançando por Um Casamento de Sonho, na TVI. Prestável como ninguém, sem sombra de dúvidas que foi uma aposta ganha.

Actualmente, vê-mo-la em Espírito Indomável, novamente como mãe da sua filha, Marta Andrino. Uma prova de que a família desta actriz é, de facto muito talentosa! Ver mãe e filha representarem aquilo que são na vida real é, de facto, uma mais valia para os telespectadores da trama líder de audiências.

Por muito que aqui escreva tudo isto será sempre pouco. Afinal de contas, tantos anos de carreira de Carla Andrino e a admiração que por ela nutro são difíceis de resumir em poucas linhas. Carla Andrino? Sim, eu Adoro, e você?




Marina Mota é das caras mais remotas da televisão que guardo na minha memória. E de facto, os anos 90 foram para ela os anos de ouro na pequena caixinha que mudou o mundo. Na grandiosa SIC de Rangel, Marina Mota deu a cara por inúmeros formatos feitos à sua medida e que foram sucessos incríveis. Lembro-me de, por exemplo, Ora Bolas Marina, Um Sarilho Chamado Marina, ou até mais tarde já na TVI, o mítico Bora Lá Marina que me prendia à televisão pela proximidade que Marina trazia em cada personagem que desempenhava. Desde à desbocada Matilde até ao irresponsável Bisnagas.

E Marina tornou-se assim, ao longo da sua carreira, a voz de todo um povo português, expressando, literalmente, o que lhe vai na alma de uma maneira extremamente peculiar. Prova disso, e fora do contexto televisivo, são as prestações da actriz do teatro de revista. É ali, numa conciliação bem conseguida entre o humor e a as nossas preocupações do dia-a-dia, que Marina nos alerta acerca do que vai mal neste país onde vivemos, através das suas habituais ironias ou levantando a sua imponente voz num intenso ‘lamúrio’, em tudo conveniente e oportuno.

E são estas múltiplas facetas que caracterizam Marina Mota enquanto mulher e profissional. Prova disso foi a sua única presença em telenovelas. Em Fascínios (2007) Marina Mota esteve à altura ao desempenhar uma personagem completamente fora da sua linha mais conhecida, o humor, mas que mesmo assim tinha um contagiante toque da própria Marina, nas formas como falava e nesse inconformismo de que falei, inato a esta actriz.


Mas apesar de todas estas qualidades e ricas características de Marina, é profundamente triste que uma actriz como Marina Mota não tenha actualmente um projecto a solo na TV. Ela própria o lamenta, mas pouco ou nada pode fazer. Vivemos numa época em que o trabalho dos nossos profissionais se resume a números e audiências, havendo um esquecimento ingrato de carreiras consolidadas ao longo de largos anos, como é o caso de Marina.

No fundo (e que ironia), Marina é actualmente vítima de ‘males’ e hábitos que sempre foi criticando ao longo dos anos com a sua assumida frontalidade, quer na televisão, quer no teatro de revista, quer na sua própria vida. E reforço, isso é de lamentar!

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Iniciado um novo Frente a Frente, damos por encerrado o anterior. Neste sentido, aqui fica o resultado da sondagem que opunha as opiniões entre À Procura do Sonho/Projecto Moda:


Projecto Moda, por Tiago Henriques - 57%

À Procura do Sonho, por Pedro Esteves - 43%

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