7 de setembro de 2010

Para lá das 24


Terminou ontem o programa de moda da SIC. "À Procura do Sonho - Face Model Of The Year" esteve no ar seis semanas, e elegeu como vencedores Diogo Abreu e Joana Cruz.

No cômputo geral, achei as seis emissões fracas. Apesar de o primeiro episódio ter tido a força dos castings, dos cromos e dos talentos, as restantes acabaram por estragar o programa. As audiências provaram isso mesmo.
Antes da grande final deste domingo, foram exibidos os mais variados desafios. Fotografia, desfiles de passarelle, anúncios de publicidade e lições de postura, foram a base de quatro dos programas de "À Procura do Sonho". As ideias destas provas foram bem pensadas. O problema esteve na sua produção, e na elaboração de todo o programa no geral. Os episódios três a cinco foram totalmente monótonos, principalmente o último referido. Visualizar concorrentes a enfrentar o mesmo desafio, a confessarem as mesmas emoções, a ouvirem praticamente os mesmos comentários da parte dos jurados só poderia ter essa falha como resultado. A CBV foi pouco inovadora, e acabou por ficar muito longe na produção de formatos como "America's Next Top Model" ou "Project Runway", ambos emitidos na SIC Mulher. Foi pena.


Por exemplo, neste último programa, foi notória uma falta de coesão. Caso contrário não teríamos verificado que todos os concorrentes foram sujeitos a avaliações sobre a mesma prova - desfilar. Significa isto o quê? Apesar de mudarem de roupa, era impossível que estes conseguissem melhorar a sua performance de um desfile para o outro, num curto intervalo de dez minutos. Resultado? Voltámos a ouvir os mesmos comentários dos três jurados sobre os finalistas de "Face Model Of The Year".

Por outro lado, e na minha visão, os concorrentes eram extremamente fracos. Sim, de facto notei finalmente alguma evolução do primeiro programa para a gala final. Afirmo isto porque, até ao dia de ontem, considerei os finalistas demasiado "pobres de espírito", com falta de atitude, sem postura. Questiono eu, como pode alguém desejar e afirmar querer ser modelo quando uma das suas características seja a timidez, e a falta de à vontade? Posso enumerar, entre os vinte finalistas, vários que se destacaram por isso mesmo.
É caso para dizer que a beleza nem sempre é o pilar fundamental na carreira de um artista. Neste sonho de "Face Model Of The Year", tal facto foi notório.
De referir igualmente as respostas feitas dos concorrentes, dadas com um ar de "tira-me o microfone da frente". Esta postura não se justifica só com os nervos, pois uma das supostas características de um modelo é a sua atitude descontraída.

Mas há mais: os apresentadores. Enquanto Vanessa Oliveira fez jus à aposta da direcção de programas da SIC para a condução de "À Procura do Sonho", Pedro Guedes foi uma autêntica nódoa. É verdade que o conhecido manequim não é, nem nunca será um bom apresentador. No entanto, isso não é desculpa para o seu péssimo trabalho. Se nos programas gravados, as suas falhas eram visíveis, na última gala foi totalmente impossível não as notar. De tal forma que o partner de Vanessa Oliveira acabou por ser apenas um pequeno acessório do programa, dando a cara por entrevistas rápidas aos elementos da família dos concorrentes.
Destaco novamente a menina do "Fama Show", que foi âncora de "À Procura do Sonho". Disso não tenho dúvidas.

Questiono por fim Piet-Hein, que muito bom trabalho já demonstrou: o dinheiro para "Face Model Of The Year" era assim tão baixo para a CBV produzir o programa desta forma?

4 comentários:

Tiago Henriques disse...

Discordo em grande parte com o que aqui escreves te!

Acho que, acima de tudo é de elogiar o facto de a SIC ter apostado em tornar o "FaceModel of the year" num concurso televisivo. Se comparares com o ano passado, este ano esteve muito, muito melhor.

Não achei os episódios muito monótonos, uma vez que os desafios, embora fossem semelhantes, tinham as suas diferenças e foram abordadas as grandes áreas de trabalho de um manequim.

Quando falas na falta de coesão do último programa também discordo, uma vez que em directo, era impossível fazer-se uma sessão fotográfica, por exemplo.

Também discordo quando dizes que os concorrentes eram extremamente fracos. Muito talento passou pela passerelle de "à procura do sonho".

O facto de os concorrentes pouco ou nada falarem é uma realidade, mas basta pensares em "Ídolos" ou "Achas que Sabes Dançar?" e verás que pouco ou nada diferem!

Também penso que o que dizes do Pedro Guedes é demasiado duro. até porque não me pareceu assim tão mau...

E a tua questão para o Piet Hein também não tem muita lógica. Como tu próprio sabes, são elevados os orçamentos para este tipo de programas, bem como os custos. Sendo que só teria 6 episódios a produção esteve bastante boa, a meu ver claro ;)

TVI Blog disse...

Bem que divergência de opiniões. Uauuuu

Tiago Henriques disse...

Somos seres humanos e como tal não temos todos as mesmas opiniões. Acho que isso é legitimo ;)

DS disse...

Eu fiquei bastante contente com o facto de a SIC ter tornado o Face Model um concurso televisivo.
Não posso fazer comparações com o passado, pois não vi.
Não posso dizer que não gostei deste "À Procura do Sonho", porque vi o concurso todos os domingo. No entanto, estava à espera de mais. A dada altura, quando estava a ver um dos episódios, tive de mudar de canal por estar a ver e a ouvir as mesmas coisas.

Quanto à tua opinião, respeito o que dizes-te. Mas contínuo a achar tudo aquilo que afirmei. Fracos concorrentes, episódios monótonos, falta de coesão na gala final. Não digo que para este domingo se lançasse o desafio de uma sessão fotográfica. Não faria sentido, obviamente. Mas colocar os concorrentes a serem avaliados pelo mesmo desafio durante três rondas não me fez muito sentido.
Por fim, se o Pedro Guedes não tivesse sido um desastre, a produção não o teria colocado a fazer três perguntas a três famílias, durante meia hora. Foi a Vanessa que assegurou a emissão toda.

Tal como o Tiago disse, somos seres humanos diferentes, logo não temos de ter a mesma opinião Rodolfo.
Já não é a primeira vez que acontece.

Abraço