29 de setembro de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.

Sem público e sem brilho

1. O regresso dos talk shows ao late night de fim-de-semana da RTP não correu bem no que toca a audiências. Aliás, sejamos claros, correu mesmo muito mal. Herman 2010 não foi além dos 14,1%, sendo que contou com a presença em estúdio de António Costa, presidente da Câmara de Lisboa. Já o Lado B, de Bruno Nogueira, caiu para uns impensáveis 8% de quota de mercado, pouco mais do que o programa que a RTP2 exibia à mesma hora. Uma audiência residual, portanto. O que é uma pena, porque ambos, sobretudo o de Herman José, foram bons programas de televisão: divertidos, inteligentes e com uma observação perspicaz da realidade. Os vídeos de Herman a brincar com a ministra da Educação são do melhor que o humorista tem feito nos últimos anos.

2. Não tenho a menor dúvida de que Projecto Moda era um programa cheio de boas intenções e que terá feito muito pela moda nacional e pelo empenhamento dos jovens criadores portugueses. Não duvido que seja serviço público e que a RTP tenha feito bem em emiti-lo. Mas a final do programa, em rigor a única emissão que vi com atenção, foi de uma pobreza inimaginável. Uma plateia cheia de cadeiras vazias, nenhum tipo de glamour e brilho num formato que tinha obrigação de brilhar, uma apresentadora (Nayma) que, apesar do esforço, não passa qualquer tipo de calor para o espectador. Enfim, tudo foi pobre. O que me espanta é que esta aposta da RTP que agora chegou ao fim foi assinada por uma produtora como a Fremantle, capaz de fazer do Ídolos e do Preço Certo o sucesso e a competência televisiva que se conhecem. Assim, fico intrigado: o que é que desta vez correu mal?


Nenhum comentário: