À semelhança do que aconteceu com a mudança de Gabriela Sobral para a SIC, quando Rodrigo Guedes de Carvalho manifestou, à TV 7 Dias preocupação em termos financeiros, a mesma publicação avança, esta semana, com uma notícia semelhante, mas desta vez com a estação de Queluz de Baixo como pano de fundo.
Segundo esta revista, um dos mais carismáticos jornalistas do canal, Pedro Pinto, está “inquieto” com a recente contratação de Fátima Lopes, que vem auferir cerca de 30000€ por mês e com o aumento salarial de Cristina Ferreira, não esquecendo ainda o ordenado que Teresa Guilherme irá receber.
Para o pivô do Jornal Nacional tudo isto poderá ser prejudicial para uma eventual actualização salarial dos jornalistas da redação.
Terá André Cerqueira contabilizado tudo isto quando contratou novas estrelas para o entretenimento?
Quiosque: TV 7 Dias
4 comentários:
Pois... até pode ser uma realidade a situação noticiada, mas... tanto a SIC como a TVI são empresas privadas com direcções de Programas, Informação, Técnica, Marketing, Administrativa distintas e cada uma com orçamentos próprios.
Depois, num canal generalista, o que diferencia é o entretenimento, e a informação acaba por ter um share "colado" ao programa anterior e/ou posterior. O conteúdo informativo, sejamos realistas, é muito idêntico a todos os canais. As fontes são as mesmas, a cobertura da agenda politica/social é a mesma, etc... Pode haver depois uma diferença de estilo de apresentação, de grafismos, de imagem, mas no essencial não são muito dispares.
Vidé o exemplo do antigo "Jornal Nacional de 6ª" da TVI: Que era mais próximo do info-entertainment, logo captava mais target, era precedido de um bom share(Morangos) e precedia um produto de entretenimento com seguidores fieis(as novelas TVI).
Com isto tudo quero dizer que, na minha opinião, actualmente, um canal generalista, comercial, precisa essencialmente do entretenimento, a informação é muito secundária(é obrigado pela Lei e pelo contrato de concessão que tem a transmitir um determinado número de minutos de informação, caso contrário, até nem os manteriam no ar), até porque os canais temáticos informativos já são uma realidade(embora só viáveis económico/financeiramente por que os canais principais o são, por via do entretenimento; que dá audiências, logo share, logo publicidade, logo dinheiro... Que só assim podem pagar ordenados, e orçamentar os vários projectos de uma estação. É a única direcção rentável!
A questão será o custo-beneficio de um determinado programa/apresentador... será que "compensa"?
Seja qual for o vencimento de um apresentador ou o orçamento de um programa de entretenimento... no final do dia, vendeu? Compensou? Quantos outros mais programas/ ordenados é que ajudou a pagar?
Por isso, e por saberem que não podem, ainda, emancipar-se, a informação, é, permitam-me uma metáfora, como o filho maior de idade, que já trabalha, namora, tem carro, mas vive em casa dos pais, que ainda lhe pagam contas... neste caso é o entretenimento "os pais"...
Nota: Na televisão quase só vejo os canais temáticos de informação, mas sei que sem entretenimento, sem novelas, sem concursos, sem números de telefone de valor acrescentado...(que não vejo, mas felizmente muita gente vê) não teria um único canal temático nacional de notícias!
O seu comentário deu-me um pouco a ideia de que acha que a informação é secundária num canal, acabando os telespectadores por assistirem a noticiários por estes estarem colados a programas com boas audiências.
Se foi isso que afirmou, não concordo, mas respeito.
A exemplo da SIC, que normalmente fica em terceiro no horário das 19:00, às 20:00, o rating do canal muitas vezes dobra. Porquê? Devido ao facto de as pessoas chegarem a casa do emprego, ou de mudaram de canal, ou de simplesmente quererem ver o noticiário de Carnaxide.
A informação é muito importante para um canal e, apesar de ser influenciada pelos programas que a antecedem, ela é também uma impulsionadora de audiência.
Sobre o resto do comentário, concordo. De facto o entretenimento dá dinheiro às estações, quando obtém bons resultados.As chamadas de valor acrescentado, etc.
No entanto, também os programas de informação com boas audiências, podem garantir dinheiro em publicidade. Nada comparado com o entretenimento, é verdade. Mas também garantem.
Cumprimentos,
Diogo Santos
Diogo,
Como espectador a informação é para mim o mais importante e relevante; aliás se fosse eu a decidir, como espectador, 90% do entretenimento actual não era emitido, e/ou escolheria outro. Mas como não sou... só posso fazer zapping, net ou Off(o que já é bom!)
O que digo é que esta "guerra"(antiga, e que existe desde que há televisões privadas) entre informação e entretenimento, e mesmo que não seja verdade a notícia sobre os valores dos vencimentos anunciados e os eventuais protestos/mal-estar de alguns jornalistas, o facto é que, tecnicamente, e numa perspectiva puramente económica e financeira, um canal de televisão Português, seja ele qual for, se só emitir entretenimento é viável e permite apostas noutros segmentos de mercado e canais temáticos. Se emitir só Informação... já não é verdade(infelizmente, no meu entender, mas é a realidade).
Por isso, sempre que vejo/ouço as criticas da Informação ao entretenimento, só por si, lembro-me sempre de quem é que "dá de comer a quem".
Importante para mim é: que parte do "lucro" do entretenimento é que é investida depois na Informação? Meios técnicos para mais directos; comentadores/analistas; dinheiro para investigação jornalística e grandes reportagens...
Por isso, tanto se me dá que a Fátima Lopes ou outro qualquer profissional, ganhe 50.000€, desde que no final o programa seja o mais visto e com isto aumente a contribuição para a informação.
Se a noticia fosse qualquer coisa do género:" Jornalistas esperam que o sucesso do novo programa xpto se traduza em maior retorno para a informação"... faria, para mim, mais sentido, agora a questão ser os ordenados... claro que é importante para quem os recebe, mas já estão negociados, têm tabelas próprias em cada empresa e/ou actualizações indexados a determinados objectivos traçados. Embora possam ser renegociados, não será certamente por fulano receber x que beltrano vai receber x+10. Até porque a maioria dos contratos dos "grandes" pivots e apresentadores são quase secretos, por isso muito é especulação, agora a audiência, o share, o preço da publicidade é acessível, e... é fazer as contas, e ver quanto vale determinado programa, e quanto é que depois vai para o orçamento da informação.
Relativamente ao comportamento das audiências, classes e share do antes, durante e depois dos Jornais das 20h dos vários canais generalistas, tem razão, não é linear, mas, só este tema dava só por si um blog, porque num post é impossível escrever sobre o que se passa nesse horário...
Só os meus 2 cent sobre o tema...
Cumps,
JP
Já percebi o seu ponto de vista.
Compreendo perfeitamente.
Mais importante que fulano x ganhar trinta mil euros num formato de entretenimento, é o facto de se o programa ter sucesso, isso irá ter repercussões na informação, no investimento desta área.
Cumprimentos,
Diogo Santos
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