Para lá das 24

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Há decisões na RTP que, por vezes, não se compreendem, uma delas é a grande aposta que a estação tem feito em Sérgio Mateus. Como se já não bastasse ocupar o lugar de repórter em Portugal no Coração, ele também esteve nos bastidores do Festival da Canção 2010, narrou o Festival da Eurovisão, entrevistou os padrinhos nas Marchas Populares de Lisboa e é um dos repórteres de Força Portugal.

Ok, até pode ser um pouco de implicação da minha parte, mas, no meu entender, nenhuma destas opções foi acertada.

Primeiro que tudo, o jovem passa metade do tempo que tem em antena a gritar, ou seja, não sabe usar o microfone, tenta ser engraçado, e raramente consegue cair nas graças dos entrevistados, e assim, dificilmente cairá na graça dos portugueses.

Segundo, não tem imagem televisiva, apesar de em off, apresentar um bom registo de voz. Mas, quando comete tremendas gaffes, caí o Carmo e a Trindade. Recordo-me de várias durante a emissão que coroou a Alemanha como a melhor da Europa, ou de ter chamado Pedro Barbosa a Pedro Barroso, durante o desfile pela Avenida da Liberdade. O que demonstra tudo isto? Nervosismo? Até poderia ser, mas tantas vezes se repete, que é difícil de acreditar. Falta de preparação? Alguma, sem dúvida.

É claro que não sou ninguém para o poder criticar, mas há coisas em que até nós, “comentadores de bancada” reparamos e há já muito tempo que me apercebi de que, se calhar, a RTP quer transformar Sérgio Mateus no novo João Manzarra, ou até que seja esta a ideia do repórter. Todavia, não o consegue. Se o quiser alcançar, terá que batalhar bastante. Se o apresentador da SIC é mais do que uma aposta ganha, Sérgio Mateus tarda em afirmar-se, apesar das inúmeras oportunidades que tem recebido da RTP.

Quem perde com tudo isto? O canal do estado que, cada vez que o escala para um programa, corre o risco de emitir um sem número de gaffes.