10 de maio de 2011

"Remédio Santo": as personagens



Depois de lhe revelarmos a história da nova telenovela da TVI, é agora tempo de lhe trazermos todos os pormenores sobre as diferentes personagens!

BORGES

Violante Coelho Borges – Margarida Marinho / Eva Barros


É uma mulher elegante, refinada, excêntrica, que gosta de usar roupas caras e jamais sai à rua sem estar maquilhada. De personalidade firme e vincada, raramente se deixa abater e enfrenta os seus inimigos com frieza e determinação. Aparenta estar sempre de bom humor e usa a extroversão como forma de disfarçar a amargura e tristeza que a consomem por dentro. Criou esta capa para tentar apagar a mulher que foi no passado.


Há trinta anos, era pobre e foi abandonada no dia do casamento por Daniel, que a trocou pela melhor amiga, Eugénia. Desesperada, foi levada para Espanha por Álvaro Borges. Perdeu a criança que esperava do ex-noivo e jurou que jamais aMaria alguém ou voltaria à sua terra natal. Cortou relações com a família, à excepção do pai. À mãe nunca perdoou a preferência que manifestava pela amiga Eugénia, desde a infância.


Casou com Álvaro, com quem tem uma relação de respeito, mas sem afecto. A sua ascensão social fez dela uma presença obrigatória nas festas mais badaladas de Salamanca, onde reside com o marido e os filhos. Mãe de Helena e Miguel, nunca deu grande atenção a nenhum dos dois, até ao dia em que Miguel sofreu um acidente, que o deixou surdo. Sentindo-se culpada, é, desde então, muito protectora em relação ao filho, mas vive em constante atrito e tensão com Helena.


Álvaro Borges – Nicolau Breyner / Ricardo Castro


É um homem distinto, um dos mais renomados professores universitários de Medicina na Universidade de Salamanca, onde fixou residência em criança, quando os seus pais, de origem portuguesa, para lá se mudaram. Possui uma grande fortuna, proporcionando à família uma vida luxuosa.


Desde cedo que se apaixonou pela região de Viseu, onde comprou terras e gado, além de financiar negócios de outras pessoas, aos quais cobra juros elevados. Era ainda estudante quando se envolveu com Nazaré, uma mulher casada que engravidou dele e deu à luz Armando, que foi assumido pelo marido dela. Álvaro e Nazaré fizeram um pacto de só revelar a verdade ao rapaz quando Álvaro decidisse que era o momento certo. Após levar Violante consigo para Espanha, casou com ela e proibiu Nazaré de contar a Armando que ele era o seu pai. Entre Espanha e Portugal, acompanhou o crescimento dos seus três filhos: o bastardo, que tornou no homem da sua confiança, aquele que conhece os seus negócios, e os legítimos, Helena e Miguel.


O casamento com Violante sempre se pautou pelo respeito mútuo, sem grande afecto entre os dois. Nunca lhe contou que já tinha um filho quando caSaram. Tem uma ligação muito forte com a filha, Helena, a quem satisfaz todos os caprichos. Morre num acidente de carro e o seu testamento vai deixar a família legítima em pé de guerra com o filho bastardo.


Helena Coelho Borges – Rita Pereira



Filha mais velha de Violante e Álvaro, é deslumbrante e chama a atenção de todos. Muito ligada ao pai, sente falta do amor que a mãe nunca lhe deu. Foi mimada em excesso, o que lhe permitiu fazer sempre tudo o que quis.


É impulsiva, determinada e obsessiva em tudo o que faz. Não sabe lidar com o final seja do que for, o que a faz criar uma realidade paralela àquela em que vive. Anda quase sempre com uma máquina, fotografando coisas variadas e díspares, que depois organiza num quarto onde ninguém entra. É uma pessoa algo desequilibrada, que envereda por situações de altíssimo risco para se acalmar. Nesses momentos de total descontrolo, perde a noção da realidade e de tudo o que a rodeia. Quando se acalma, a frieza, o pragmatismo e o maquiavelismo tomam conta de si.


Estuda na Universidade de Salamanca, mas é pouco aplicada. Foi para enfermagem, como poderia ter ido para outro curso qualquer. Nasceu rica e vive do que o dinheiro lhe pode proporcionar. Ao perder o pai de forma súbita e depois de acusar a mãe de ser uma assassina, torna-se uma pessoa descrente e sem fé. Já teve muitos namorados, mas sempre os usou e deitou fora como bem entendeu. Gonçalo foi o único que amou e o único que a rejeitou, despertando nela um desejo doentio de tê-lo para si.


Miguel Coelho Borges – Lourenço Ortigão


Filho mais novo de Violante e Álvaro, é um rapaz pacato e inseguro, mercê da sua deficiência auditiva, provocada por uma queda na piscina da casa de Salamanca. Tem poucos amigos, mas todos o adoram por ser generoso, abnegado e um verdadeiro coração de ouro. Por isso, nunca culpou a mãe pelo acidente que sofreu.


Estuda música no Conservatório de Salamanca. É esforçado, com os outros sentidos mais apurados do que a audição e com uma noção de ritmo fora do vulgar. Quer singrar na música popular e nos ritmos mais batidos. E, apesar de surdo, poucos têm o sentido de musicalidade apurado como ele.

Fica afectado pela morte do pai, mas jamais acusará a mãe, ficando incondicionalmente do lado desta.


Pouco ligado a coisas materiais, é um amante da Natureza e do misticismo que rodeia a aldeia, mas tem pavor da água e evita aproximar-se do rio que corre ali perto. Estabelece uma ligação quase de irmão com Ângelo, o pastor filho do seu irmão bastardo. Como Ângelo também toca flauta, os dois formam um duo musical de sucesso.


FERREIRA


Nazaré Ferreira – Delfina Cruz


Típica mulher do campo, nunca saiu da aldeia onde nasceu. É amarga e desgostosa com a vida, marcada pelo tempo e pelo desgosto de nunca ter ficado com o homem que realmente amou, Álvaro. No auge da sua juventude, deixou-se encantar por ele. Era casada com um homem simples, mas traiu-o com o seu grande amor. Não sentiu remorsos da traição. E, mesmo sabendo que o filho que carregava era de Álvaro, permitiu que o marido assumisse Armando como seu filho. No entanto, nunca escondeu a verdade a nenhum dos dois e permitiu que Álvaro desfizesse qualquer dúvida sobre a paternidade com um teste de ADN. Quando Álvaro casou com Violante, viu-se apagada da vida dele e viu-se remetida à condição de governanta da casa deste em Viseu. Engoliu o orgulho, porque precisava de trabalho e cumpriu a promessa de não revelar a verdadeira paternidade de Armando, mas nunca se conformou, vivendo revoltada com o destino que traçou para si.


Trata da casa de Álvaro como se fosse sua. Também cuida do filho, Armando, e do neto, Ângelo. Escondendo um vazio sentimental terrível, apegou-se à religião. Ou melhor, ao mito da Santinha da Luz, devido à relação de amizade que possui com Jacinta. Transformou-se numa beata, daquelas que criticam todas e quaisquer atitudes que possam ofender a moral e os bons costumes. Habilidosa, encarrega-se de fazer as lembranças alusivas à Santinha da Luz, sendo ludibriada por Jacinta.


Armando Ferreira - Adriano Luz


Homem do campo, criado na terra, à qual tem grande apego. Veste roupas de qualidade e apropriadas a um homem que exerce as suas funções – controlar todos os negócios de Álvaro em Viseu. É firme, decidido, sabe como se trata da terra e gosta de dar o exemplo aos outros. Não manda fazer sem primeiro ensinar, deitando mãos à obra sempre que é preciso dar o exemplo. Estudou até ao 12º ano e só não fez um curso superior porque preferiu começar a trabalhar. Não quis sobrecarregar a mãe, nem aceitar a ajuda do homem que julga ser apenas um patrão e não seu pai. É orgulhoso e teimoso. Intermediário nos negócios de Álvaro na região, sempre ganhou comissões com esses negócios, mas jamais roubou quem lhe paga o salário. Tem um lado machista acentuado. Foi abandonado pela mulher, que o deixou com um filho nos braços, Ângelo. Mas sofre em silêncio por não ter sido correspondido no amor que sentia pela mulher. Esconde, porém, essa fraqueza e o orgulho ferido de macho atrás da brutalidade. Até do filho, que trabalha no campo como pastor e que ele trata como um outro trabalhador qualquer da propriedade. Filho bastardo de Álvaro, herda uma grande fortuna com a morte deste.


Ângelo Ferreira - Pedro Carvalho


Filho único de Armando, é a simplicidade em pessoa. Nunca teve vocação para os estudos e, por mais que o pai o obrigasse, fugia da escola para se dedicar ao rebanho. Chumbou sucessivamente de ano, até que o pai se viu obrigado a tirá-lo da escola e a pô-lo a trabalhar como pastor, que é o que realmente gosta de fazer. Passa os dias no campo a guardar o gado, sempre acompanhado do seu fiel cão e da sua flauta. Tudo faz de bom agrado e está sempre disposto a ajudar o próximo. Não reclama das exigências paternas nas questões de trabalho, nem da falta de afecto do pai. Mas sente isso na pele, tal como sente a falta da mãe, que abandonou a família e nunca mais quis saber dele. Evita pensar muito sobre esse assunto, concentrando-se no trabalho e nos afazeres do dia-a-dia. Nada o intimida, a não ser a água, da qual tem pavor, pois não sabe nadar e vive com receio de cair ao rio.


No amor não tem muita sorte. Tem uma paixão platónica por Aurora, mas nunca teve coragem de lhe declarar o seu amor. No entanto acabará por disputá-la com Gonçalo. Torna-se muito amigo de Miguel, a quem verá como um autêntico irmão. Nessa altura, e apesar da surdez de Miguel, os dois descobrem grandes afinidades musicais e decidem formar um duo musical de sucesso. Dá-se bem com toda a gente e gosta de ajudar o próximo.


ROSÁRIO


Jacinta Do Rosário - Manuela Maria



Mulher rústica, de personalidade forte, ficou sozinha no mundo, quando um terramoto na aldeia levou toda a sua família, à excepção da neta, Aurora, cujo nascimento foi considerado um milagre. Tinha acabado de se mudar para a zona, após reformar-se, quando tudo sucedeu e aproveitou-se do fenómeno natural para criar o mito da santidade em torno da neta.


Veste com austeridade e continua a viver na pobreza, embora tenha dinheiro amealhado, graças à expansão do mito da Santinha da Luz, que alimenta de todas as maneiras. Conta com a ajuda de um grupo de beatas, liderado por Nazaré. É espertalhona, sagaz e negociante nata, que lucra com a fé do povo. Em dias de roMaria, tem uma banca montada à porta de casa, onde se vendem lembranças alusivas à neta, que as beatas criam com devoção, ficando com a maior parte do lucro para si. Apesar de tudo, é temerosa a Deus, a quem pede perdão por alimentar uma mentira, justificando-se com a necessidade de sobrevivência.


Aurora Do Rosário - Sara Barradas


Dona duma beleza angelical, veste de modo simples e despojado, com ar de menina feita mulher, meio traquina e meio ingénua, típico de quem nunca saiu daquela aldeia para conhecer mundo, nem teve uma vida plena de liberdade. É pura, doce, meiga e bondosa, conformada com a sua santidade, que não questiona.


Desde praticamente o seu nascimento que é considerada santa, a Santinha da Luz, aquela que fez da noite dia ao acabar com um eclipse do sol e um terramoto que se abateu sobre a aldeia no dia em que nasceu. Perdeu os pais e toda a família no terramoto. Sobreviveu-lhe a avó, Jacinta, que a criou desde então, incutindo-lhe sempre a sua santidade. Não teve uma infância como a das outras crianças. Teve lições em casa, porque, na escola, os miúdos ou tinham medo dela, ou gozavam com o facto de ser santa. O único que a protegia era o pastor Ângelo, o único amigo que tem.


Vive sob o jugo da avó, enclausurada em casa, longe do contacto com os outros, a não ser nos momentos em que foge e se escapa para a montanha, para se refugiar do peso que lhe foi incutido. Mas regressa sempre para desempenhar o papel de santa na perfeição. Cura doentes, abençoa pessoas, salva gado e pastagens… Tudo com uma simples bênção, reza e um sinal da cruz.


Ao conhecer Gonçalo, apaixona-se pelo rapaz, o que a deixa confusa, pois desconhece o que seja o amor. Além de o seu estatuto de Santa a impedir de viver um amor carnal.

MONFORTE


Graça Monforte – Simone de Oliveira


Mulher bonita, bem conservada, cheia de classe, que aprendeu a ser quem é. Nasceu pobre, mas fez um excelente casamento e subiu na vida, entrando para uma das mais tradicionais e ricas famílias de Viseu. Aprendeu a ser uma senhora e a comportar-se como tal. É austera, conservadora, severa e exigente.


Mãe de Eugénia, António e Hortense, sempre quis determinar o futuro dos filhos, sem sucesso. Cortou relações com Hortense, quando esta engravidou, ainda em solteira; foi obrigada a acostumar-se ao facto de António se ter tornado padre; e colocou todo o peso da família nos ombros de Eugénia e do genro Daniel, com quem se identifica, por ter vindo também de baixo. Pôs todos os negócios nas mãos de Daniel, que quase arruinou financeiramente a família. Exige-lhe que recupere tudo o que perderam e hipotecaram. Também quer controlar a vida dos netos, nomeadamente Gonçalo.


Embora tenha horror à pobreza e à vida simples que levava, não consegue desligar-se das suas origens. Por isso, às escondidas da família, frequenta os bailes das viúvas em casa das irmãs Muleta Negra, onde dança noite fora.


Daniel Tavares Monforte – Almeno Gonçalves / João Catarré


Nasceu pobre, mas nunca se conformou com a vida que a família lhe tinha destinado. Percebendo o interesse da milionária Eugénia Monforte em si, abandonou a noiva Violante no dia do casamento, apesar de a amar. Fez do dinheiro o seu objectivo de vida, esquecendo os sentimentos. Usa a sobranceria e a arrogância como armas de defesa para esconder as suas fraquezas.


Cortou relações com toda a sua família, adoptando o sobrenome da família da mulher e renegando o seu. É um pau mandado nas mãos da sogra, Graça. Ao assumir os negócios dos Monforte, colocou a família numa situação de crise financeira. Para sair dela, endividou-se junto de Álvaro, sem sequer imaginar que este é casado com a mulher que abandonou. Dominado pela ânsia de conseguir provar à sogra que consegue recuperar o património, colocou tudo nas mãos da sua inimiga número um.


Vive uma relação de tensão permanente no casamento e só se mantém casado para não perder o estatuto que alcançou. Pai de Fernando e Gonçalo, hostiliza o filho mais velho, tratando-o quase com desprezo. Gonçalo é o seu preferido, até por ser a sua cara chapada. Preparou-o para ser o seu substituto nos negócios da família. Permitiu que o filho se licenciasse em Medicina, desde que não descure as obrigações que sobre ele impendem.


EUGÉNIA MONFORTE – Sílvia Rizzo / Diana Nicolau



Bonita e elegante, é uma mulher obcecada com a juventude perdida. Por isso, passa a vida a fazer plásticas. Quando era jovem, roubou o namorado à melhor amiga, para casar com ele. Sempre foi apaixonada por Daniel e, na iminência de o perder, não se coibiu de lhe oferecer tudo o que possuía. Não perde uma oportunidade de atirar à cara do marido que a sua conta bancária pesou sempre mais que o coração em todas as decisões que ele tomou. Sofre com o vazio que é a sua vida.


O casamento com Daniel está mais que esgotado, mas o que ainda sente pelo marido fá-la permanecer ao seu lado. A sua relação com a mãe é de tensão constante, já que é criticada pela educação que deu aos filhos, pelo pouco apoio que dá ao marido, pelo dinheiro que gasta… por tudo. Vale-lhe o apoio e o carinho sem limites de Brígida, a sua ama, que sempre a tratou como a sua menina querida.


No que toca aos filhos, é uma leoa a defender tanto Fernando como Gonçalo. Ao contrário do que conseguiu para si, deseja que os filhos sejam felizes e incita-os a lutarem, embora ela própria não seja capaz de o fazer.


Fernando Monforte - Renato Godinho


Educado, culto e refinado, é daqueles que sabem estar e falar. Por detrás da sua calma aparente, esconde-se um homem revoltado, invejoso, manipulador, maquiavélico e frio.


Filho mais velho de Daniel e Eugénia, cresceu hostilizado pelo pai, a quem faz tudo para agradar, tal como a todos os outros membros da família, nomeadamente à avó, Graça, a quem dá graxa para que seja tido por ela em consideração. Nunca percebeu porque razão os negócios da família não lhe foram destinados. Licenciou-se em Gestão apenas para agradar a Daniel, mas nem assim conseguiu a atenção do pai, sempre voltada para o irmão. Por isso, odeia Gonçalo, ainda que disfarce esse ódio de morte com a capa de melhor amigo. A mãe é a única que o entende e acarinha. Mas quem ele queria que lhe dedicasse atenção era o pai. Por causa deste perdeu o seu grande amor. Apaixonado pela sua prima Amélia, pertencente ao lado da família com quem o pai cortou relações, preferiu sofrer e separar-se da rapariga do que desagradar ao pai. Ambicioso, quer controlar o império da família e tudo fará para descredibilizar o irmão. É carente e solitário, acabando por atraiçoar, com o seu carácter falso, quem se aproxima dele. E acaba por ficar sempre sozinho.


Gonçalo Monforte – João Catarré


Bonito e atlético, faz sucesso entre as mulheres. Estudante de Medicina em Salamanca, fez o curso nos anos que eram previstos, mas não deixou de aproveitar o lado boémio da vida universitária. É honesto, bom carácter, empenhado e empreendedor. Filho mais novo de Daniel e Eugénia, é o preferido de toda a família, em especial do pai, por ser a cara chapada deste quando era novo. Foi designado pelo pai e pela avó como aquele que irá assumir, um dia, o comando dos negócios da família. Aceitou essa obrigação para não desagradar a quem sempre o mimou. Apesar de querer abrir um consultório onde possa exercer e ajudar os mais necessitados, sabe que os negócios dos Monforte estarão sempre em primeiro lugar. O peso que se permitiu incutirem-lhe leva-o, muitas vezes, a desistir dos seus verdadeiros sonhos. Mantém laços secretos com a família do pai, sem que este saiba. Às escondidas, visita o avô Zé Tavares e, em Salamanca, o seu melhor amigo é o primo Celso, estudante de Medicina como ele. Também se dá com a tia Hortense e o primo Sebastião, embora o faça de modo discreto, pois sabe a irritação que isso provoca na avó, a quem não quer decepcionar. É um rapaz que tem tudo para ser feliz, mas que aceitou imposições externas das quais não se consegue libertar para alcançar a felicidade que tanto almeja. Quando abandona Salamanca, abandona também a obsessiva Helena, encontrando em Aurora, a Santinha da Luz, o seu verdadeiro amor. Mas terá sempre a sombra do passado e o mito de Aurora a impedirem a sua felicidade.


António Monforte – MarcAntónio Del Carlo


Homem bonito, de porte, com charme e distinção, é padre em Mundão, uma das aldeias do concelho de Viseu. É rezingão, rabugento, intransigente e muito conservador no que concerne às questões religiosas.


Filho do meio de Graça, nunca foi apegado à religião. Pelo contrário. Quando era jovem passava o tempo em copos, relações fugazes e noitadas com os amigos. Até que, um dia, sofreu um grave acidente e apegou-se a Deus. Prometeu que Lhe dedicaria a sua vida se conseguisse sobreviver sem sequelas e assim aconteceu. Contrariando a vontade da mãe, foi ordenado Padre, embora hoje seja um dos maiores orgulhos da matriarca dos Monforte, que assim viu o filho endireitar a vida.


É o maior opositor do fenómeno da Santinha da Luz, criticando aqueles que consideram a rapariga santa, mas não tem remédio a não ser cruzar os braços diante do mito. Procura a harmonia de toda a família, nomeadamente que a mãe Graça e a irmã Hortense façam as pazes e se entendam de vez. Tem adoração por todos os sobrinhos e a todos quer ver felizes.


É um desportista nato e adora correr, exibindo os seus músculos. Mas é firme e fiel nas convicções que tem e nada abala a sua relação com a Igreja.


“VIÚVA BRANCA”


Hortense Monforte - Sofia Alves


Muito bonita, distinta e com classe, tem uma personalidade muito forte, cheia de determinação e coragem, sendo uma mulher a quem ninguém cala.


Filha mais nova de Graça, cortou relações com a família, quando engravidou de Sebastião, ainda em solteira, sem nunca ter revelado quem era o pai do filho. É dona do bar Viúva Branca, o que condiz com a sua condição. Já perdeu três maridos, mas ainda tem esperança no quarto. Por isso, veste sempre em tons claros, como se fosse uma noiva, por estar sempre pronta para o casamento e para o funeral. Guarda religiosamente as cinzas dos tês maridos em pequenos potes, dos quais ninguém se pode aproximar.


Tem pavor da solidão e, por isso, faz questão de controlar todos os passos do filho, de forma quase doentia. Para não se sentir sozinha, hospeda a amiga Evangelina em sua casa. Tem um coração de ouro, gosta de ajudar toda a gente, mas também é extremamente exagerada em tudo. Gere o seu bar com sucesso, que é o ponto de encontro dos homens de negócios e das mulheres de classe alta da região. Sempre que está no bar, procura algum homem que possa interessar-lhe. Desde que se chame


Sebastião Monforte – Pedro Caeiro


Animado, bem-disposto e sedutor, faz as raparigas suspirarem por ele. É aventureiro, amante de desportos radicais e do perigo. Tudo isto quando está longe da mãe, Hortense, que faz questão de o controlar. Foi criado com uma protecção excessiva, o que, em nada, reforçou a sua personalidade. Está a tirar um curso na área da gestão hoteleira, que não lhe agrada. Fê-lo apenas por vontade da mãe. Fora de portas, é firme e determinado, mas basta chegar ao pé da mãe para se tornar noutra pessoa. É incapaz de dizer-lhe que não e isso fá-lo sentir-se revoltado consigo mesmo e achar-se um fraco. Sente-se sufocado, incapaz de ter uma vida normal como os outros rapazes da sua idade. Acontecem-lhe coisas estranhas em todos os seus relacionamentos amorosos.


Desabafa frequentemente com a amiga da mãe, Evangelina, que reside em casa deles. Sabe que a mãe convive mal com a solidão e não tem coragem de deixá-la. Também é conhecedor dos boatos que circulam sobre Hortense acerca da morte dos seus três maridos e teme que a mãe possa estar envolvida na morte deles.


Evangelina Bettencourt Resende - Patrícia Tavares



Oriunda duma família aristocrática e com uma linhagem de mais de quatrocentos anos, é educadíssima, elegantíssima, cheia de classe e compostura. Mas a verdade é que está completamente falida. Esbanjou toda a herança que os pais lhe deixaram, ao ponto do velho casarão da família estar quase a cair por dentro. Para sobreviver, não teve outro remédio a não ser recorrer à sua amiga Hortense e pedir-lhe abrigo, enquanto iria fazer umas supostas obras no casarão.


É esbanjadora, impulsiva, esperta e não tem medo do trabalho. Mas também depende do trabalho, porque uma mulher como ela não estraga as unhas com trabalho braçal. Dona duma imaginação muito fértil, teve que arranjar uma solução para ganhar dinheiro rápido e de forma fácil, já que está habituada a um elevado padrão de vida e não consegue apagar esse lado consumista. Criou uma firma de eventos, a «Lágrimas de Sangue, Sociedade Unipessoal», fazendo trabalhos secretos. Está associada às irmãs Muleta Negra, em casa das quais organiza os bailes das viúvas. Com Maria dos Caixões tem um acordo para serviços de carpideira em funerais, aos quais vai disfarçada, toda vestida de preto, com um pequeno buço postiço, chorando «lágrimas de sangue» pelos defuntos. Muitas vezes, tem dificuldade em receber as quantias pelos serviços que presta, mas, mal se vê na posse do dinheiro, gasta-o todo.


Nunca casou nem se lhe conhecem casos amorosos, já que é muito ciosa da vida privada.


MULETA NEGRA


Maria Dos Anjos Muleta Negra – Rita Loureiro


Conhecida por «Maria Polícia», é Sargento da Guarda na aldeia. Tem um ar austero, anda quase sempre fardada e é obcecada com armas. Aos poucos, transforma o seu roupeiro num autêntico arsenal bélico. Para ela, a segurança está acima de tudo e de todos.


Vive com as irmãs Maria de Deus e Maria de Jesus, partilhando tudo com elas, até o mesmo quarto. As três criaram os sobrinhos, Edgar e Clarinha, como se fossem seus filhos. Foi apaixonada pelo pai dos sobrinhos, que casou com a entretanto falecida irmã mais velha, Maria do Espírito Santo. Não pode ver um homem em tronco nu, que imediatamente sente fortes calores.


A casa onde mora com as irmãs serve de hospedaria e abriga a agência funerária da irmã. Além disso, o enorme salão da casa serve ainda para fazer os interrogatórios, já que o Posto está em obras; serve de bar, como ponto de encontro dos habitantes da aldeia; e, uma vez desviados os móveis, serve de salão de baile, para os bailes das viúvas. Nesses eventos, embora dê o seu pezinho de dança, está sempre mais preocupada com a segurança dos presentes.


Fala sempre em diminutivos e está sempre a trabalhar, seja por ordem de comandos superiores, seja por iniciativa própria.


Maria De Deus Muleta Negra – Julie Sergeant


Conhecida por «Maria dos Caixões», é dona da Agência Funerária «Conforto Eterno». É muito dedicada ao trabalho. Gosta de tecnologia e passa horas a pesquisar novas gamas de artigos fúnebres, de modo a poder oferecer uma paleta de serviços única e ampla. Anda sempre com material da agência atrás de si. De noite, por dormir no mesmo quarto que as irmãs, torna-se incomodativa pelas horas que passa na cama a fazer pesquisa, sempre de luz acesa, quando as outras querem descansar. É a mais feminina das três. Gosta de se arranjar bem, com sobriedade para as ocasiões fúnebres e com excentricidade para as ocasiões festivas.


Fala com os mortos enquanto os arranja e faz-lhes todas as queixas da vida. Está habituada a vestir e despir homens, mas também é invadida por calores, mal vê um homem vivo em tronco nu. Não sendo mística, vê a morte como um negócio.


Prática e decidida, faz a gestão das contas da família e estabelece orçamentos que devem ser rigorosamente cumpridos e executados.

De tanto conviver com a morte, é uma mulher cheia de vida e, por isso, adora os bailes das viúvas em sua casa. Adora os sobrinhos, Edgar e Clarinha, tal como adora as irmãs.


Maria De Jesus Muleta Negra – Anabela Brígida


Conhecida por «Maria Coveira», é a mais forte e masculinizada das três irmãs. Pratica exercício para não estar enferrujada e quer despachar os enterros o mais depressa possível. Mas é uma forma de não mostrar a sua fraqueza e o quanto esses momentos a afectam, já que, quando fica a acabar o serviço, acaba por verter uma lágrima e de ter algum medo de permanecer no cemitério sozinha.


É brusca e rude na maneira de falar, gostando de beber o seu copinho de aguardente para lhe dar coragem para enfrentar o dia-a-dia entre campas. É obcecada com limpezas, tal como por aquilo que se passa na sua rua. Todas as manhãs, está na varanda de casa, observando o que se passa cá em baixo e reclamando com quem estaciona em cima do passeio. É um pouco mística, muito respeitosa no que concerne aos assuntos da vida e da morte, embora não o demonstre. Acima de tudo, não quer dar provas de fraqueza.


Apesar deste feitio, é muito carinhosa com os sobrinhos, sendo talvez a mais cúmplice das três com Edgar e Clarinha. Sempre que vê um homem em tronco nu tem tremeliques.


Gosta dos bailes das viúvas, embora não tenha a mesma paciência das irmãs para se arranjar. Prefere o pós baile, em que pode dar vazão ao seu lado maníaco pela limpeza.


Edgar Muleta Negra Baldé – Sabri Lucas


É um rapaz bonito, mulato, com o corpo bem definido. Anda sempre impecavelmente vestido, de modo formal e clássico, mesmo quando não está em trabalho. Presidente da Junta de Freguesia local, foi eleito por ser o único candidato ao cargo. Teve quatro votos a seu favor e um contra. Diz que um dia ainda descobrirá quem votou contra si. É um político honesto, íntegro e trabalhador. Inteligente, usa uma linguagem algo pomposa e rebuscada.


Competente na sua função, é um verdadeiro desastre no que toca aos assuntos do coração. Raramente percebe quando uma rapariga gosta dele, tal como não se pode falar de doenças à sua frente, pois tem a mania que sofre de todas.


É o verdadeiro «Ai, Jesus!» das tias Muleta Negra, que foram apaixonadas pelo seu pai. Faz questão de marcar presença em todos os bailes das viúvas que se realizam em casa das tias, onde dança com senhoras solteiras, divorciadas, viúvas e mal casadas como um verdadeiro príncipe sempre com a maior das composturas e o maior cavalheirismo. No entanto, é suspeito de andar a vender o seu esperma a mulheres que não podem ter filhos, mas querem engravidar.


Clarinha Muleta Negra BaldéSara Santos


Bonita e cheia de vida, é um autêntico poço de sensualidade. Gosta de usar roupas garridas, que dêem nas vistas e chamem a atenção para o seu lado dançante. Obstinada em conseguir o que quer, raramente desiste de alguma coisa. Ao contrário do irmão que estudou e se dedicou com afinco ao trabalho, a música é a sua prioridade. Ajuda as tias no bar que têm na hospedaria familiar, onde tenta familiarizar os clientes com a sua música de eleição: o kizomba. Odeia os bailes das viúvas já que sonha transformar o grande salão numa danceteria de kizomba. Por causa dessas suas ideias, vive em atrito constante com as tias, das quais leva valentes raspanetes, aos quais liga pouco.


É apaixonada pelo pastor Ângelo, mas não tem nenhuma sorte, já que o rapaz só tem olhos para a Santinha da Luz.

Animada e cheia de energia, só vê o lado bom da vida e acha que os negócios das tias são altamente depressivos, nomeadamente o da agência funerária.


COELHO


Brígida Coelho – Carmen Santos / Sílvia Balancho


É uma mulher amarga e azeda. Tem origens humildes e, apesar duma vida de trabalho, não conseguiu singrar. Trabalhou muitos anos em casa dos Monforte, como governanta, apesar de ter sido apaixonada pelo velho Monforte, que preferiu a sua amiga Graça a ela própria. Apesar de ser amiga da antiga patroa até hoje, não perdoou nem a ela nem ao falecido o facto de ter sido preterida. É austera, seca e despachada. Mãe de Violante e Renato, não perdoa a Violante o facto de ter ido embora e de ter cortado relações com a família, embora tivesse ficado contente com o facto de Daniel ter trocado a sua filha para ficar com Eugénia. Aliás, tem uma adoração especial por esta, a quem criou desde bebé e a quem quer como uma filha. Em relação a Renato, sabe que o filho finge que não pode trabalhar, mas acaba por ser cúmplice. Aproveita-se da nora que se farta de trabalhar, a quem ainda destrata. Apesar de toda a sua austeridade, vai a todos os bailes das viúvas. No quesito religioso, é devota da Santinha da Luz.


Renato Coelho – Rodrigo Menezes


É um autêntico vigarista, convencido, de elevadíssima auto-estima, embora se faça de coitadinho. Anda sempre bem arranjado, para que as mulheres reparem nele, embora não seja infiel à mulher. No entanto aproveita-se dela. Tal como se aproveitou do facto de ter sofrido um acidente que o deixou coxo para nunca mais trabalhar. Sempre que vai ao médico, e por mais que este lhe diga que já está curado, dadas as suas lamúrias, acaba por receber mais uns meses de baixa.


Casado com Sara, vive em constante discussão com esta, que se mata a trabalhar para sustentar a família. Alega que não tem culpa de ter ficado aleijadinho e de não poder trabalhar. Tem um enorme ascendente sobre a filha, que considera a sua princesa e a quem, às escondidas, satisfaz todos os caprichos. Consegue manipular a criança e tê-la sempre do seu lado.

Está sempre pronto para qualquer coisa divertida, desde que não implique trabalho. É um oportunista nato, que gosta de se dar bem na vida sem o menor sacrifício.


Sara Trindade Coelho – Paula Lobo Antunes


É uma mulher bonita e elegante, embora toda essa beleza esteja escondida pelo cansaço que acumula de tanto trabalhar. Doce, meiga, bondosa, carinhosa e extremamente trabalhadora, é a “mula de carga” da família Coelho, já que sustenta a casa desde que o marido, Renato, sofreu um acidente e ficou coxo. Sabe que ele mente, que já está curado e está prestes a perder a paciência para aquele casamento e para as implicâncias da sogra. Só não avançou ainda para o divórcio porque sabe que perderia a filha, Dora, que é louca pelo pai. A sua vida sofreu um revés há catorze anos atrás, quando engravidou da filha. Na altura, era apaixonada por Celso e cortejada por Renato. Mas o primeiro decidiu partir em busca de aventura no dia em que ela queria ter uma conversa séria com ele, conversa essa que ficou por acontecer. Acabou por engravidar e casar com Renato, mas nunca esqueceu o que Celso lhe fez. Trabalha como empregada doméstica em casa dos Monforte, faz limpezas em casa das Irmãs Muleta Negra, trata das limpezas da Junta de Freguesia e ainda passa a ferro para fora. É uma mulher de armas, que se desdobra em mil trabalhos e que é estimada por toda a gente, sendo considerada um anjo de bondade.


Dora Trindade Coelho – Ana Marta Contente


Filha única de Renato e Sara, é uma rapariga linda, bastante vaidosa e que gosta de dar nas vistas. É a princesa do pai, a quem faz todo o tipo de exigências, que ele compensa com medo que a filha se afaste dele, caso a mulher queira a separação por causa das suas vigarices. Mas ela própria já é uma vigarista em ponto pequeno, que arma uma data de esquemas para conseguir algumas vantagens. Afinal, quem sai aos seus, não degenera. Finge que é uma estudante aplicada, mas os seus interesses são outros que não a escola.


TAVARES


Zé Tavares, «O LATINHAS» - José Eduardo / Bernardo Vaz


É um homem solitário, conformado com a vida que tem, mas não resignado com a sua sorte. Bondoso, faz tudo para ajudar os outros. Foi, durante quase toda a vida, pastor e, aproveitando o facto de ter essa profissão, foi atravessador de emigrantes clandestinos para Espanha. Hoje, vive da pequena reforma e, para conseguir mais algum dinheiro, faz objectos em lata, desde cântaros a pequenos funis, o que lhe valeu a alcunha de «Latinhas».


É pai de Daniel, com quem está de relações cortadas, desde o casamento do filho com Eugénia. Foi renegado pelo filho, que até mudou o seu sobrenome, o que lhe causa grande mágoa. Perdeu a filha também muito nova e ficou com dois netos para criar, Celso e Amélia. O rapaz emigrou há alguns anos e ficou só com Amélia, que pouco lhe liga. As suas distracções são os serões passados no bar da casa das irmãs Muleta Negra ou os bailes das viúvas em casa das mesmas. Mas é um autêntico pé de chumbo a dançar.


Sábio e autêntico contador de histórias, diz que escondeu uma coisa na fronteira dos tempos em que ainda fazia travessia de emigrantes e que não há-de morrer sem a recuperar. É uma coisa que pode mudar a sua vida. Mas não sabe onde tem o mapa com o sítio exacto onde essa coisa está escondida. As pessoas da terra, mais que habituadas a esta história, acham que é delírio de velho quase senil.


Celso Tavares Cardoso – Jorge Corrula


Bonito, de corpo definido e sorriso cativante, é generoso, dedicado às pessoas de quem gosta e faz as mulheres suspirar, embora evite grandes envolvimentos amorosos. Nasceu e cresceu em Mundão, mas nunca se conformou com as limitações do lugar. De espírito aventureiro, largou Sara, a sua namorada na altura, para ir conhecer mundo. Acabou por estabelecer-se em Salamanca. Trabalhou, amealhou dinheiro e acabou o curso de Medicina ao mesmo tempo do seu primo, Gonçalo, de quem é o melhor amigo. Mas decide ficar por Salamanca, até ao dia em que comete um erro médico e é despedido da clínica em que trabalha. Sem alternativa, resolve regressar a Portugal, para abrir um consultório em sociedade com Gonçalo, mas tem dificuldades em voltar ao exercício da profissão depois do erro que cometeu.


Amélia Tavares Cardoso – Marta Melro


Deslumbrante e sedutora, encanta os homens à sua passagem com o seu andar bamboleado. Mas eles que fiquem encantados, porque, depois de sofrer um desaire amoroso com o seu primo, Fernando, jurou que mais nenhum homem daquela região lhe havia de tocar. Sente-se sufocada pela interioridade e quer sair dali, mas apenas casada e com um forasteiro. Por isso, seduz tudo o que seja homem de fora que por ali passa, na esperança de que algum a leve. É ingénua, sonhadora e facilmente manipulável. No entanto, sempre que se cruza com Fernando, é dura e fria, embora saiba que o seu coração ainda bate por ele.

Vive com o avô e trabalha no bar de Hortense, onde conhece a maior parte dos homens com quem se deita na cama e que não ama.

Um comentário:

Novelas para recordar disse...

Obrigado pela descrição tão correcta das personagens.