11 de abril de 2011

Fecho


Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.


Vão vir 'chaters'

O preconceito faz parte da natureza humana. A maior parte de nós jura a pés juntos que, não senhor, não é preconceituosa, mas, depois, vai-se a ver, lá está o maldito como o azeite, sempre ao de cima. José Alberto Carvalho, o novo director de informação da TVI, confirmou nos últimos dias uma informação que a revista de TV do DN já tinha avançado há uma semana: Judite Sousa vai acompanhar em directo de Londres o casamento real de William e Kate, marcado para dia 29.



E, ou me engano muito, ou não faltará muito tempo para a classe jornalística iniciar a sua costumeira pesporrência em blogues, Facebooks e fóruns de discussão, sobre a questão. Na substância, ela é pouco importante, mas mostra bem a massa de que somos feitos. E haverá rapidamente quem diga que a nova directora adjunta de Informação da TVI, que já entrevistou Tony Carreira, António Feio ou Simone de Oliveira quando estava na RTP, se está a tornar popularucha para se adequar ao público da TVI.


É um disparate, claro. Não só Judite Sousa já mostrou quão camaleónica e versátil pode ser (o que significa quão competente pode ser...), como o casamento real é um dos acontecimentos do ano em todo o mundo, até porque nele se discutirá não só o futuro do seguramente próximo rei de Inglaterra, como a relação das monarquias com os súbditos, em tempos de crise e de crises das Repúblicas do Velho Continente.


Em apenas um dia, o Reino Unido espera facturar mais de mil milhões de euros, produto da cobertura da operação televisiva, do encaixe publicitário, da visita de turistas, das viagens, dos hotéis e de todo o merchandising em torno do casamento do príncipe. Pode não ser tão lucrativo como o melhor jogador chines de Paulo Futre, mas será seguramente para a Inglaterra um negócio... da China.


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