1. Há alguma lógica naquilo que diz Fernando Ruas, presidente da Associação Nacional de Municípios, sobre o processo de implementação da Televisão Digital Terrestre em Portugal. Independentemente da agenda política da intervenção, feita mais em âmbito legislativo (e eleitoral) do que autárquico, é preciso reconhecer que o switch-off analógico dificilmente será defensável como uma prioridade no contexto de um resgate económico. O problema é que, depois de ter chegado a ameaçar integrar o pelotão da frente da TDT (e de, aliás, integrar ainda o pelotão da frente, por exemplo, da IPTV), Portugal pode de repente passar para a cauda dessa corrida. Bem-vindos, enfim, às primeiras câmaras negras da intervenção externa na economia nacional. Em breve não haverá um só sector da economia em que não tenhamos de ponderar a hipótese de aceitar a estagnação como a melhor escolha. Tivéssemo-nos portado bem.
2. As alterações na imagem do Eurosport, anunciadas como estando "no ar desde 5 de Abril", são tão subtis que quase não se dá por elas. Na verdade, não se trata sequer de uma mudança de imagem, mas quando muito de um pequeno refrescamento, acção que teria dispensado 18 meses de planos e ensaios. Feitas as contas, o Eurosport continua a ser o que era: uma lareira, com longas tardes de curling como inusitado cartão de visita, mas apesar disso uma lareira constante e fiável. Nem todos os canais provenientes dos alvores da TV por subscrição em Portugal se podem gabar do mesmo.
3. A suposta gafe televisiva de José Sócrates é verdadeiramente uma falsa questão. Já a dimensão que ganhou demonstra bem os apuros eleitorais em que o PS se encontra.
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