22 de março de 2011

Fecho


Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.


Novelas saltitonas


Um ano depois de ter começado (!) chegou ao fim Mar de Paixão, a novela da TVI escrita por uma autora que, entretanto, já trabalha na concorrência há mais de três meses. É uma das particularidades portuguesas, esta de esticar o produto ao sabor das audiências. E esse esticanço pode ser feito de duas formas: ou encomendando mais episódios, num exercício que, às vezes, pode ser penoso, porque muda por completo a lógica narrativa inicialmente pensada e até o destino das personagens, ou encurtando a duração de cada episódio, violando a lógica de construção da narrativa, onde a acção, inicialmente pensada para capítulos de 40 ou 45 minutos é abruptamente cortada fora dos momentos-chave. E, no entanto, isso só é possível porque o público não dá sinais de desagrado e continua a ver. Mas as singularidades portuguesas não ficam por aqui. No Brasil, uma novela das seis não passa às oito. Uma novela das oito não muda, a meio do percurso, para as seis. Com todos os defeitos que possa ter, na Globo o respeito pelo guionista é sagrado.



Quando Patrícia Muller, a guionista de Mar de Paixão, escreveu a novela, pensou-a para um público das 21.00, que tem ainda uma forte presença juvenil. Assim se entende, aliás, a inclusão do golfinho Kiki e dos seus "diálogos" com a personagem de Paula Lobo Antunes. Ora, acontece que a história começou por ser exibida às 21.15, saltou um mês e meio depois para as 22.15, foi ensaiada algumas vezes às 23.00, até se fixar finalmente no terceiro horário da noite, quando as crianças já dormem e os golfinhos não falam. Em Janeiro, porém, quando as audiências o obrigaram, Mar de Paixão voltou para as 22.15. E, pasme-se, mesmo assim a novela resistiu...


Um comentário:

Anônimo disse...

vergonhoso o tipo de letra e o tamanho que escolheram para esta secção ... desceu o nivel