Falar Televisão

SIC Júlia

Esta sexta-feira foi o culminar de meses de especulação em torno da transferência de Júlia Pinheiro para a SIC. E foi nesta manhã de 14 de Janeiro que a afamada transferência aconteceu mesmo, com direito a uma emissão especial por parte daquele canal que acompanhou a par e passo, literalmente, a entrada de Júlia nos estúdios de Carnaxide.

E quem viu toda esta apoteose subjacente à emissão especial levada a cabo hoje, ficou com duas principais impressões. Por um lado, a existência de um claro e enorme sentimento de orfandade que se vive por Carnaxide. Sentimento esse que se reflectiu na forma como Júlia Pinheiro foi recebida: sem uma cara carismática e de peso na apresentação daquela mesma emissão especial. Até porque, no fundo, essa mesma cara também já não existe na prática e era, até aqui, apenas mais uma utopia, no meio de tantas, da SIC.

Por outro lado, e apesar de toda a boa vontade, a ideia de desespero em trazer de volta esta grande comunicadora também ficou bem patente ao colocar Júlia Pinheiro num patamar idêntico ao de um chefe de estado de uma potência internacional que visita o nosso país, reflectindo assim o estado em que a estação de Carnaxide está ao quase depender de Júlia Pinheiro para conseguir sobreviver no futuro próximo. E tornando também a mãe de Rui Pego numa espécie de sopa dos pobres dos sem-abrigo.

Esta manhã, praticou-se na SIC, mais uma vez, um triste hábito. Saturar e exceder os limites da sobriedade de intenções e ideias que, no fundo, até são boas. Para além da SIC K, SIC Notícias ou até SIC Mulher, assistiu-se hoje no canal três da televisão generalista à emissão de um novo canal, a SIC Júlia.