27 de dezembro de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.

América até nós

1. Só esta semana tive a oportunidade de ver Sexo e a Cidade 2, o mais recente episódio cinematográfico da mítica série da HBO. Pois estou convencido de que se tratou, de facto, do último estertor da saga. Sem imaginação e sem rumo, Sexo e a Cidade 2 como que muda sucessivamente de ideias sobre aquilo que pretendia ser (a glorificação do glamour pato-bravo de Abu Dhabi, ao melhor estilo product placement, sucedida da inesperada condenação do modo de vida no emirato, como se os sheiks em causa tivessem de repente fechado a torneira do investimento publicitário, é patética). Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte já não têm mais ponta por onde se lhe pegue. Deixemo-las em paz.


2. Podia dizer-se que Cathouse: Catcall, programa com que a mesma HBO está agora a chocar os EUA, é a prova de que o modelo do reality show bateu em definitivo no fundo. Não bateu. Queira-se ou não, a "inventiva" dos produtores de TV ainda há-de trazer-nos algo pior do que uma coisa em que uma série de raparigas são levadas para um bordel, para trabalhar como prostitutas (efectivamente fazendo sexo com clientes) e competir entre si pelo título de melhor prostituta de todas. A única esperança é que os nossos antigos brandos costumes travem a importação de tal objecto. Mas Júlia Pinheiro anda destravada, o que não é bom. E não há-de faltar quem esteja disposto a defender coisas como: "Se dá audiências, é bom".


3. Boa notícia, o facto de o investimento publicitário americano na Internet ultrapassar este ano o da imprensa. Que a publicidade seja capaz de migrar atrás da informação é, bem vistas as coisas, a única coisa que pode salvar a indústria do jornalismo.


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