9 de dezembro de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.

À espera do acórdão

Se a SIC efectivamente tivesse sido condenada ao pagamento de 25 mil euros a uma concorrente da primeira edição de Ídolos, como ontem noticiava o Correio da Manhã, estaríamos perante a mais importante notícia nos domínios da televisão generalista portuguesa em muitos anos. É verdade que futuro da TV não passa por ali, mas pelo seu segmento temático, com epicentro nomeadamente nos PC tablet e nos smartphones, em torno dos quais ainda esta semana explodiram mais duas importantes novidades: o lançamento do Meo Remote e a aprovação, pela ERC, da Vodafone FM.


O facto, porém, é que a qualidade da televisão imediata, pelo menos enquanto os canais generalistas mantiverem alguma expressão, tinha a ganhar com algum tipo de sentença que obrigasse as estações (e as próprias produtoras) a exercerem sobre si mesmas um maior policiamento, nomeadamente no que diz respeito às expectativas que geram nos concorrentes. Digo-o mais até tendo em conta outros reality shows além do Ídolos, um dos mais benignos. Em todo o caso, há expectativas infundadas na TV - e as expectativas infundadas têm valor jurídico.


Para já, fico à espera de ver exactamente o que diz o acórdão do Supremo. Mesmo que apenas a editora de Rita Santos tenha sido condenada, a possibilidade de jurisprudência - e de essa jurisprudência vir a incidir sobre o universo televisivo - não fica afastada. O que, diga-se, poderá fazer chover os processos sobre as televisões, mas também sobre os mais variados tipos de editoras, incluindo de livros ou DVD. É toda uma revolução que se anuncia. E não é líquido que, apesar das vantagens dessa revolução, ela não traga inconvenientes também.


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