17 de setembro de 2010

Falar Televisão


Ganhavam...

Terminou com a mínima dignidade o programa de entretenimento mais antigo da TVI. Sete anos depois, foi esta a tarde em que chegou a hora do Quem Quer Ganha sair em definitivo da grelha da estação com uma grande festa e com uma emissão bastante espontânea que mereceu mesmo a presença de Iva Domingues, a primeira apresentadora, que regressou por um dia à condução do concurso.

Sete anos depois, a pergunta que se faz é como é que um formato tão oco e sem graça, que costumava perder sistematicamente para toda a concorrência e com uma exibição diária que o desgastava ferozmente conseguiu manter-se todo este tempo no ar?

E a resposta é relativamente simples. Ora vejamos. Ao longo destes sete anos o Quem Quer Ganha foi, cada vez mais, descentralizando o concurso propriamente dito, aquele jogado em estúdio, para dedicar grande parte da sua emissão ao típico ‘enche chouriços’ que propagandeava o jogo interactivo dedicado exclusivamente aos telespectadores. E apesar de perder sistematicamente nas audiências (o que significa, nas receitas publicitárias) e não enriquecendo em nada o panorama televisivo e a grelha da TVI, eram os lucros gerados através das chamadas feitas pelos espectadores que davam a vida ao QQG e o mantinham no ar por mais umas temporadas.

No entanto, e tendo-se perfeita consciência de que hoje não se perdeu nada de mais na nossa televisão, o Quem Quer Ganha irá deixar saudades. Quer pelo tempo de duração, pela forma tão básica e oca em que consistia, quer mesmo pela saudável maluquice da apresentadora Leonor Poeiras, este programa irá certamente marcar, de alguma forma, os últimos sete anos da TVI.

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