Com a ficção portuguesa a fazer parte da matriz genética da TVI, e com a SIC a dar passos seguros no investimento em novelas em português, resta à RTP apostar em ficção alternativa. E tem-no feito, umas vezes melhor do que outras, é certo, mas na direcção correcta. Faz parte da missão do serviço público apostar no desenvolvimento de conteúdos em português, e sendo a ficção um género nobre tão do agrado dos espectadores, é bom que a RTP continue este caminho trilhado. Ou em séries históricas, ou em comédias de situação, ou, como agora, em telefilmes.
A notícia da co-produção de quatro telefilmes para assinalar o centenário da instauração da República é uma boa notícia. Trata-se de um investimento avultado que, sejamos justos, apenas a televisão pública poderia empreender: não só pelos custos da operação como até pelos conteúdos a ela inerentes.
As gravações de República, O Segredo de Miguel Zuzarte, A Noite do Fim do Mundo e O Segredo da República arrancam esta semana e só deverão ser exibidos em Setembro. Para lá do interesse das temáticas, contam com o bónus de significarem a estreia de Joaquim de Almeida na televisão portuguesa.
No momento em que apresentou a iniciativa à imprensa, o director de programas da RTP, José Fragoso, garantiu que, pela sua qualidade, os telefilmes representariam um marco na história da ficção na televisão portuguesa.
A expectativa está alta. Veremos se o produto final corresponde ao prometido. Mesmo que, pela sua natureza, não se possam exigir audiências esmagadoras a este tipo de ficção.
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