Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
Manuela e Condoleeza
1. Não me parece que Manuela Moura Guedes tenha autoridade moral para criticar José Alberto de Carvalho e Judite Sousa quanto à forma como a TVI lidou com a gafe cometida por Sócrates no mais recente discurso à Nação. Por muito inquinado que pudesse ser o trabalho dos dois ex-jornalistas da RTP, e mesmo que eles estivessem em Queluz como uma espécie de comissários políticos do primeiro-ministro em gestão, era difícil esse trabalho ser mais inquinado do que, no passado, o foi o da própria Manuela Moura Guedes, no caso em favor do lado oposto da barricada. Mas é preciso reconhecer que a nova dupla de directores geriu mal o processo da dita gafe - e não só o geriu mal antes, como o geriu mal depois do início da polémica. Proibir internamente a utilização das imagens, independentemente do que isso quisesse dizer, foi de uma inabilidade épica. Eexplicar que essa proibição "era no sentido de não se utilizar as imagens nos spots permanentes do dia" foi pior ainda, até porque ninguém percebeu o que isso queria dizer.
2. A notícia de que Condoleezza Rice vai participar num episódio de 30 Rock, a emitir em Maio, tem alguma piada. Ainda por cima sendo para fazer de pessoa real em situação fictícia, ou seja: de si própria, mas como se tivesse um dia sido noiva da personagem Jack Donaghy (Alec Baldwin). É difícil encontrar, deste lado do Atlântico, uma tão salutar relação entre as figuras de estado e a cultura pop. Acontece que Condoleezza não tem, nunca teve e nunca terá qualquer sentido de humor - e que, portanto, esta aparição só pode ser uma operação de cosmética atrás da qual se esconde uma agenda política. Medo. Só isso: muito medo.
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