Júlia Pinheiro não tem emenda. Diz ela, sobre os pares a concurso em Peso Pesado, que apresentará na SIC a partir de Maio: "[São] Muito curiosos, desde mãe-filho, padrasto-enteada... e até poderão haver alguns casos assim.... amorosos, ainda é cedo, mas estou a esforçar-me para isso." O plural de "poderá" e as reticências são da jornalista da concorrência que a citou - e, aliás, o verbo auxiliar utilizado pela mesma jornalista é "brincar", ou seja: "'Estou a esforçar-me para isso', brinca a apresentadora."
De facto, brinca: contrariamente ao que acontece com outros profissionais do seu ramo, Júlia Pinheiro não esconde ao que vem e ri-se disso, o que não deixa de ser constituir atenuante. Por outro lado, não brinca, não: Júlia Pinheiro efectivamente adorava que dois concorrentes de Peso Pesado se "apaixonassem" (permitam-me a utilização de aspas), pois tal romance reforçaria as audiências.
Talvez as audiências de Peso Pesado sejam um êxito. Em todo o caso, o modelo do reality show, a viver com base em pressupostos cada vez mais rebuscados, aproxima-se do fim. E uma das razões desse declínio passa precisamente pelas certezas absolutas e pela falta de criatividade dos produtores e dos apresentadores, convictos de que o que vendeu há dez anos continuará a vender (e, aliás, de que nada mais do que isso algum dia venderá).
Peso Pesado tem um lado profiláctico e, em parte, premiará a persistência, a determinação e a vontade indómita. No essencial, porém, esperam-nos uns meses bastante desinteressantes. E o problema é que, como há muito tempo percebemos, não há maneira de batermos no fundo: aparece sempre um pouquinho mais de subterrâneo por onde descer.
Um comentário:
Julia Pinheiro deu a cara pela Casa dos Segredos e nesse reality show com tanta trafulhice que teve, queimou essa mesma imagem.
Desde a sua participação muito pouco isenta que para mim morreu como apresentadora. Que ela fabrique audiências neste, mas eu não contarei de certeza para o numero.
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