Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.

Acertar no alvo

1. A primeira semana de Anjo Meu está a correr muito bem à TVI. Os sete episódios já exibidos registam uma média de 1,4 milhões de espectadores e 37,7% de quota de mercado. A história está bem contada, ao nível do que Maria João Mira já nos habituou e goza da vantagem dessa onda saudosista que a década de 80 desperta por estes dias, seja ela na televisão, na música, nos hábitos e tradições ou mesmo no vestuário. Para quem tem hoje 35/40 anos, a década de 80 é um culto. O culto do cubo mágico, o culto do ZX Spectrum, o culto dos saia-casacos, o culto dos blusões de penas, o culto das gravatas coloridas com ogivas e figuras geométricas. Em Anjo Meu vamos viver um pouco todos esses cultos. Tudo o resto é a receita habitual: amores e ódios, guerras e lutas, chantagens e malvadezas. Mas não deixa de ser bom ver Alexandra Lencastre fazer um papel diferente do que lhe era habitual nos últimos anos. Já não havia pachorra para a ricaça pedante e trafulha. Esta também se safa na vida, mas o seu caminho é bem diferente. Ou não fosse o 25 de Abril o pretexto para tantas mudanças...

2. Na sua aproximação ao primeiro dia oficial na RTP, Nuno Santos continua a mostrar que sabe movimentar-se bem em terrenos pantanosos e armadilhados. Que a RTP não é uma casa fácil já todos sabíamos, incluindo ele, que quando lá entrou em 2002 tinha a empresa a olhá-lo de lado e quando de lá saiu tinha a maioria com uma lágrima no olho. Na construção da sua direcção de Informação, Santos está a apostar na prata da casa e a perceber como se motivam pessoas e se contribui para a auto-estima da redacção. As escolhas de Vítor Gonçalves, Luís Castro e Rosário Salgueiro são na mouche.