Nicolau Breyner tem peso e estatuto. Podia ter tido no seu programa quem ele quisesse. Mário Soares, Alexandra Lencastre, Rui Costa, António Lobo Antunes, José Eduardo Moniz, Tony Carreira. Qualquer um deles teria aceitado estar presente como primeiro convidado do seu novo talk show na RTP1.
Mas não, no primeiro Nico à Noite, Nicolau teve Luís Filipe Menezes, presidente da Câmara de Gaia, Eurico Cebolo, o autor de manuais musicais como Solfejo Mágico ou Órgão Mágico, mas também de romances como A Prostituta Virgem ou Incesto sem Pecado, e, para terminar, Fátima Felgueiras, antiga autarca acusada de corrupção e que esteve no Brasil fugida à Justiça portuguesa.
O programa foi um desastre. Primeiro, não se percebe a escolha de três convidados do distrito do Porto. Depois, não se percebe o critério da escolha: nem Menezes, nem Cebolo, nem Felgueiras estão na ordem do dia. Não está em causa o facto de os dois autarcas serem bons comunicadores. Mas nada de novo ali foi contado, nem das suas personalidades, nem das suas actividades, nem do seu passado. Além disso, não consigo perceber como é possível convidar Fátima Felgueiras para dançar um tango, mas não arriscar fazer uma pergunta sobre os casos que a tornaram verdadeiramente conhecida a nível nacional.
Tudo o resto é pobre. Sem ritmo. Sem música. Sem brilho. Com uma plateia constituída por gente maioritariamente com mais de 50 anos, que se ri energicamente de tudo. Nicolau merecia uma outra plateia e não uma cópia dos figurantes de Goucha ou Fátima Lopes.
A audiência foi de 332 mil pessoas, 12% de quota de mercado. Não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão.
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