Falar Televisão

"Tu queres é aparecer"

No modelo actual de televisão e até de sociedade, aparecer de rompante no horário nobre de uma qualquer estação comercial por cinco minutos que sejam, é algo fulcral para conseguir entrar pela ‘porta grande’ do meio artístico e televisivo. Por outras palavras, é algo fulcral para começar a aparecer nas revistas do social, começar a marcar presenças bem remuneradas nas principais festas e eventos e começar a ser minimamente conhecido pelo público, quer pelas melhores, quer pelas piores razões.

A última edição de Secret Story foi prova disso. Muito para além do dinheiro que estava em jogo, quem participou naquele reality-show procurava visibilidade. Vera, Andreia ou até mesmo Joana são alguns dos nomes que ficaram na cabeça dos portugueses e que conseguiram assim rentabilizar com isso, saindo da casa da Venda do Pinheiro com um outro status-quo, em tudo muito mais vazio de substância.

Do outros lado, estão os media, dispostos a receber de braços abertos estas pseudo-estrelas. A SIC, por exemplo, aproveita ex-concorrentes do Big Brother para comentar a vida alheia; as revistas cor-de-rosa, essas, abrem espaços e crónicas a estes ex-concorrentes; e a própria TVI também lá vai aproveitando estas novas caras, como carne para canhão, criando e promovendo reality e game-shows onde esses mesmos nomes instantaneamente reconhecidos participam e abrilhantam esses mesmos espaços televisivos que, como os ex-concorrentes de Secret Story e Big Brother, são também eles vazios de substância.