1 A Praça da Alegria, que acaba de comemorar 15 anos, com uma emissão especial transmitida do Palácio de Cristal, Porto, é caso raro de longevidade no entretenimento televisivo. E é normalmente esquecida quando se fala da batalha das manhãs. Injustamente. Jorge Gabriel e Sónia Araújo têm sabido manter a Praça com um impressionante nível competitivo, atestado aliás pela Marktest. No cômputo deste ano, o programa matinal da RTP luta taco a taco pela liderança das audiências com o Você na TV! de Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira. A SIC não conta para este campeonato. Já aqui falei várias vezes da especificidade dos públicos matinais, menos voláteis, menos atreitos ao zapping, mais conservadores nestas escolhas. É um público maioritariamente constituído por donas de casas e espectadores de mais idade, aquele que vê televisão entre as 10.00 e as 13.00. O mérito da RTP está aí: sabe para quem trabalha. Por isso oferece conteúdos que interessam aos seus públicos, descentralizando realidades e trazendo à TV histórias e protagonistas diferentes dos habituais.
2 A Casa dos Segredos pode ser um programa de sucesso. Sobretudo, nas últimas semanas, cresceu em audiências, à medida que o nível foi baixando. Mas não é um programa marcante. Na rua, quando se fala de TV, ninguém fala do reality show. Pode-se falar da novela da véspera, no decote de Rita Pereira, da crise e do FMI. Mas não da Casa dos Segredos. Ninguém se vai lembrar dele daqui a uns anos, como aconteceu com o Big Brother, que era tema de debate acalorado. Este não, não ficará para a história. Resta saber se valerá o preço que custa à TVI. E se fará sentido fazer uma segunda ou uma terceira edição...
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