1 Não me surpreende que a MTV, o Nickelodeon ou o Animax tenham programado emissões especiais sobre o Halloween. Os três canais, e mesmo sendo o Animax japonês, não passam de meios de promoção desenfreada ao imperialismo cultural pop norte-americano (digo-o eu, que acho que cultura pop por cultura pop, tal como imperialismo por imperialismo, antes da América). Inquieta-me mais a crescente atenção dada ao fenómeno pelas estações nacionais, subitamente esquecidos de que Freixo de Espada à Cinta não é o Connecticut e A-da-Gorda não é Wisteria Lane. Para quando um tratamento condigno das nossas próprias tradições da quadra, nomeadamente o pão-por- -deus, que ainda se celebra em várias regiões da província e às portas de Lisboa?
2 Estava de férias quando Eduardo Cintra Torres descreveu no Público (22 de Outubro) as medidas que preconiza para a correcção da injustiça que a RTP actualmente representa tanto para a concorrência no sector como para o erário público. Reli-o agora - e devo dizer que estou de acordo com a generalidade dessas medidas (a maior parte delas, de resto, já eu próprio defendi nestas páginas). Com a extinção da RTP Açores e da RTP Madeira, não posso concordar. Só defende o argumento de que a liberalização da oferta nacional nas regiões inutilizou os dois canais quem não conhece minimamente - mas minimamente mesmo - as ilhas, os imperativos que se colocam às suas autonomias e, inclusive, as ameaças que cercam as suas identidades. O que a RTP Açores e a RTP Madeira talvez sejam é mal geridas e terrivelmente programadas (a RTP Açores, que conheço melhor, é-o de certeza). O resto é frase de efeito.
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