28 de outubro de 2010

Fecho


Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.

Amor arrasado

A novela Meu Amor conseguiu no sábado à noite o seu melhor resultado do ano. Não admira. A novela que reuniu no mesmo elenco Nicolau Breyner, Alexandra Lencastre, Margarida Marinho e Rita Pereira despediu-se dos espectadores portugueses. E logo com a melhor marca do ano: quase 1,8 milhões de portugueses e mais de 55% de quota de mercado. Nos minutos que antecederam a palavra "fim", seis em cada dez espectadores que viam televisão estavam sintonizados na TVI. Um resultado arrasador e que dizimou tudo à volta.

Na RTP1, o segundo episódio de Operação Triunfo (OT), a grande aposta de entretenimento da televisão pública para o Outono/Inverno, não ultrapassou uns impensáveis 11% de share. Já o escrevi aqui na semana passada: fazer da OT uma espécie de Ídolos bonzinho foi um disparate. Perdeu a OT, que marcava a diferença, e ganhou o Ídolos pela inevitável comparação.

Já o programa de Herman José, que juntou um elenco de luxo (Maria João Avillez, Ana Bola e Maria Rueff), nem sequer chegou aos 10 pontos percentuais.

Na SIC, enquanto Lua Vermelha ainda aguentou bem (20%), o especial Pequenos Instantes, Grandes Momentos reduziu a gloriosa história da SIC a uns míseros 13%. Por mais que tente, não consigo entender: eu sei que é difícil programar contra o último episódio de uma novela de sucesso, mas para quê voltar a comemorar o 18.º aniversário da estação com um programa de autoflagelação: a SIC de hoje já não é aquela SIC; a maior parte dos profissionais que por ali passaram em imagens de arquivo já estão noutras paragens. A coisa acaba por ser um bocadinho deprimente: a SIC parece aquelas senhoras das Avenidas Novas de Lisboa, de boas famílias, impecavelmente vestidas e de cabelo armado cheio de laca, mas sem um tostão para viver.


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