Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
O que é angustiante em Casa dos Segredos, estreado no domingo à noite na TVI, não é o facto de os concorrentes serem todos tão tontos como bonitos, chegando ali esperançados em que o concurso lhes "abra muitas portas".
Outros concorrentes de programas afins iam ao mesmo e conseguiram o seu desiderato: a Mário, por exemplo, abriram-se-lhe as portas da prisão - e a Zé Maria, como todos nos recordamos, as portas do manicómio.
Também não é o facto de Júlia Pinheiro ter perdido o pouco que lhe restava (se restava) de pudor que é angustiante. Quem quer que venha acompanhando a carreira de Júlia já percebeu há bastante tempo que, ao pé dela, Teresa Guilherme chega a parecer a irmã Lúcia - e, portanto, vê-la agora transformada em pornógrafa de algibeira jamais será uma surpresa.
O que é angustiante em Casa dos Segredos não é sequer a tendência para o autoplágio, a inimputabilidade ética ou a falta de vergonha em geral.
O que é angustiante é pegar em Casa dos Segredos, compará-lo com o Big Brother, chegar à conclusão de que num só programa do sucedâneo já se ousou mais do que na totalidade dos programas das várias edições do original - e perceber, enfim, o quanto a televisão se degradou nos últimos dez anos (e com ela, naturalmente, os seus espectadores).
Casa dos Segredos é tão obviamente mau que talvez seja até expectável que a crítica encolha os ombros, suspire: "Palavras para quê?" e decida nem sequer dizer que é mau.
Eu digo: é péssimo e é deplorável, vai ser repugnante e vai ser abjecto. Há-de ficar toda contente, Júlia Pinheiro: "Já se começa a falar mal de nós. Viva!"
Pois, quanto a mim, não se entusiasme muito: não falo mais.
Um comentário:
Tantas criticas porquê?
Querem que enumere os países em que este tipo de programa é passado (BB incluido)
São muitos...
É tudo mau agora?
Isto é para entreter, para noticias temos 2 horas e meia por dia nos noticiários, novelas tens aos pacotes.
Enfim.
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