Falar Televisão

Prioridades

Facto. Manuela Moura Guedes está finalmente fora da TVI. Depois de mais um ano com uma óbvia baixa médica, derivada do cancelamento abrupto do seu Jornal de Sexta, a jornalista e a administração da Media Capital chegaram finalmente a um acordo que pôs a jornalista de fora dos quadros da estação.

Especulação. Segundo a imprensa, equaciona-se uma possível ida de Manuela Moura Guedes para a SIC e, como é de calcular, para a linha da frente da estação de Carnaxide.

O certo é que esta notícia não deixa de ser uma luz ao fundo do terrível foço em que a televisão de Francisco Pinto Balsemão está mergulhada. Manuela Moura Guedes é sinónimo de popularidade, audiência e visibilidade. Uma espécie de Jornal de Sexta na antena da SIC certamente que iria ajudar a alavancar os resultados diários. Mas até que ponto devemos deixar os números manipularem de forma abusiva o bom senso?

Não o escondo a ninguém. Considero o jornalismo praticado por Manuela Moura Guedes, ao longo destes anos, como repugnante e não merecedor sequer da denominação de jornalismo. “Espectáculo degradante” referem alguns. O certo é que na TVI a esposa de José Eduardo Moniz, para além de noticiar, ou até de simplesmente denunciar, ia muito mais longe. Acusava, caluniava, julgava e ofendia, com um discurso e uma argumentação puramente ad-hominem, violando assim os princípios éticos fundamentais da sua profissão.
 

A SIC, que sempre quis ser vista como detentora de uma informação livre e independente, mas também, minimamente ponderada e sóbria, terá de equacionar muito bem os prós e os contras desta possível contratação.

Ética ou números e popularidade. Eis a questão?