Basta perguntar a alguém o que achou da estreia da Operação Triunfo para obtermos dois tipos de resposta: "não gostei, e uma cópia chapada do Ídolos ou "gostei muito, este programa é muito melhor que o Ídolos, porque não humilha ninguém". Faça o exercício, leitor. Vá à Internet, aos fóruns de discussão da OT, à página de Facebook do programa e verá que tudo se resume a um "é melhor" ou "é pior" do que o... Ídolos.
Ambas as respostas estão correctas. Estas primeiras edições da nova versão da OT são uma cópia chapada do Ídolos e é verdade que não humilham ninguém. Acontece, porém, que as anteriores versões da Operação Triunfo, que foram um sucesso na RTP, não tinham nada a ver com o Ídolos. O conceito do programa era diferente. Começava logo com as galas, com as aulas dos miúdos e, à medida que íamos acompanhando a sua evolucão, havia um rewind na história.
A RTP optou sempre por colocar a OT num patamar diferente do de Ídolos. E fez bem, porque as naturezas do programa e da estação pública são diferentes. Ao produzirem estas alterações no formato, a Endemol e a televisão estatal fazem aquilo que sempre recusaram: colocar a OT e o Ídolos no mesmo patamar, legitimando todo o tipo de comparações.
Eu sei que na Operação Triunfo o júri é diferente, não há um Moura dos Santos nem um Boucherie Mendes, mas estrear um programa com o mesmo conceito, tipo de linguagem estética e montagem é, em minha opinião, um passo errado. Porque não só o trabalho de edição e montagem da Fremantle é muito mais ágil e televisivamente apelativo do que o da Endemol, como fica a sensação que se procurou ir atrás do sucesso de Ídolos.
E a pergunta que eu faço é só uma: para quê?
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