8 de setembro de 2010

Fecho


Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
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O palco certo

Na sexta-feira passada, Carlos Cruz era inocente até prova em contrário. Hoje, depois de o tribunal o ter condenado, é culpado até prova em contrário. E é esse o trabalho que o antigo apresentador e os seus advogados têm agora pela frente.


Ainda que seja estranho ver em Portugal um condenado por pedofilia numa plateia de um programa de televisão, é a essa luz que se tem de compreender a presença de Cruz no regresso do Prós e Contras, na segunda-feira à noite na RTP.



E, nesta questão, é impossível chegarmos a consensos. Há quem não perceba como é que arguidos condenados não saíram do tribunal para a cadeia. Há quem entenda que a humilhação pública da exposição neste caso mais a dilapidação do património financeiros dos arguidos já são castigo suficiente para o que quer que tenha sido cometido. E há ainda os que, como eu, entendem que, independentemente da decisão do tribunal, Carlos Cruz e os advogados que o representam têm todo o direito de, aproveitando a lei, fazer tudo o que estiver ao seu alcance para provar a "monstruosidade jurídica" de que dizem ter sido vítimas.


O programa de Fátima Campos Ferreira foi assim um palco óbvio para essa batalha de Cruz. E, num debate actual e superiormente conduzido pela jornalista, deixou a nu as guerras e debilidades do edifício judiciário português.



Já agora, só mais uma pergunta: porque é que a SIC Notícias, uma estação credível, líder e de referência, não tem um grande programa de debate semanal feito em auditório? Porque é a melhor estação de informação em Portugal deixa a RTP sozinha num campo onde só tem pontos a ganhar?


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