30 de agosto de 2010

Frente a Frente

Boa noite e bem-vindo ao Frente a Frente desta semana!

Depois de Iva Domingues e Merche Romero em duelo na passada semana, esta noite estarão frente a frente os dois programas de moda do Verão televisivo português: À Procura do Sonho e Projecto Moda!



Se podemos falar em Verão de Moda na época estival deste ano, a SIC foi a principal impulsionadora ao ser a primeira a anunciar a aposta para os domingos de Agosto. A estação de Carnaxide associou-se assim ao concurso Face Model Of The Year para dar forma ao novo formato dos serões de domingo – À Procura do Sonho.

As regras do concurso são simples: milhares de concorrentes que ao longo de várias provas vão sendo eliminados para assim sagrar apenas um rapaz e uma rapariga como vencedores deste Face Model Of The Year, concurso promovido pela estilista Fátima Lopes.


E tal como na música ou na dança, também na moda concursos deste género são possíveis moldarem-se à TV sendo assim este uma espécie de Ídolos ou Achas que Sabes Dançar? da moda.

Para formato de Verão este programa é bastante agradável. O júri é equilibrado. Com uma Fátima Lopes, que por razões óbvias, se torna na figura central desse mesmo júri mas que transmite uma imagem bastante forte. E quando se alia a essa imagem agradável na televisão o seu vasto conhecimento acerca do complexo mundo da moda, o próprio júri torna-se assim num pilar forte deste concurso.

A apresentação apenas confirma o crescimento de Vanessa Oliveira. Com um Pedro Guedes que está por ali, acima de tudo, numa brincadeira, ao nível dos apresentadores as boas razões estão todas em Vanessa. Desde o Fama Show que foi crescendo e em À Procura do Sonho apenas consolida esse à-vontade e brilho à frente das câmaras. Quer no papel mais brincalhão nos pequenos blocos gravados com Pedro, quer no papel mais paternalista na forma como lida com os concorrentes e conforta os derrotados, Vanessa está óptima e a provar que está pronto para novos desafios mais ambiciosos na SIC.



De uma forma geral, este é um concurso agradável para as noites quentes de Verão. Como espectador gosto de seguir as várias eliminatórias a cada semana que passa e estou expectante para saber qual dos concorrentes ainda em jogo irá sagrar-se uma nova promessa no mundo da moda.



Desde o primeiro instante em que comecei a ouvir falar de que Portugal teria uma versão de Project Runway que aguardava ansiosamente pela sua estreia.


Embora não siga atentamente as versões original e canadiana, transmitidas pela SIC Mulher, o facto de ser um programa de moda e diferente do que já foi feito por terras lusas, cativa-me. Ora, sendo eu um apaixonado por design de moda, juntou-se o útil ao agradável.


E assim foi, no dia de estreia lá estava eu à espera que o programa arrancasse. E, hoje, seis semanas volvidas, estou, definitivamente, viciado. Já não consigo não ver Projecto Moda, tenho sempre que falar sobre o programa com alguém. É estranho, mas é, definitivamente aquilo que acontece. Aos domingos à noite fico, verdadeiramente, “modado”.


A meu ver, tanto a RTP, como a Freemantle estão de parabéns, conseguiram realmente surpreender. A estação pública porque provou que é capaz de fazer um programa com qualidade e chegar também a um público mais jovem do que aquele que é normalmente o seu target. A produtora de Frederico Ferreira de Almeida porque mostrou capacidades de fazer um trabalho que não está muito longe da qualidade do formato original.


No entanto, nem tudo são rosas. Nada é perfeito, e Projecto Moda também não o é. Sinceramente, penso que a escolha de Nayma para apresentadora foi um tiro ao lado. Com uma péssima dicção e muito pouco à vontade, a manequim é, claramente, uma das falhas do programa. Todavia, o facto de aparecer muito poucas vezes, faz com que o mal seja menor.


Por outro lado, destaco também o grupo de jurados fixo. Assumir esta posição é sempre complicado, e ainda para mais numa fase em que têm 100% de responsabilidades, mas, penso que dizer apenas “gosto”, “não gosto” ou “esse coordenado é demasiado primário” pouco ou nada ajuda os participantes. Deviam tentar ser mais técnicos e não ter receio de fazer aquilo que os jurados de Achas que Sabes Dançar?, por exemplo, fizeram, ou seja, falar em termos técnicos. Até porque, afinal de contas, também há que ajudar os designers a serem cada vez melhor.


Pontos negativos à parte, não posso deixar de elogiar o magnifica grupo de finalistas. Dos 10, ainda hoje me recordo de Vânia, a primeira eliminada, o que não deixa de ser positivo. Acima de tudo, em Projecto Moda estão os melhores. E, embora o conceito de moda de cada um possa ser diferente, à sua maneira, cada um deles é bom.


Desde o primeiro episódio que há 6 concorrentes que admiro: três senhoras e três senhores: Carina, Rosina, Vera, André Amorim, João e Pedro.

É claro que o jovem de Braga é, provavelmente, o melhor de todos eles, e este facto não deixa de ser curioso. É que, embora pouca gente saiba, Pedro Reis não terminou a sua formação académica. Não, não estou a ter uma atitude discriminatória ou algo do género. Estou sim é a enaltecer esse facto, o facto de este rapaz ser a prova viva de que mesmo sem um curso de desing completo se pode ser alguém neste tão complicado mundo.


De igual forma, elogio Rosina, a tão simpática desinger, que cada vez que apareciam planos dos seus enormes saltos altos me fazia lembrar a conceituada Fátima Lopes. Não, não acho que a concorrente da Guarda seja uma imitação, muito pelo contrário. Embora a tenham acusado, por diversas vezes, de jogar muito pelo seguro, o certo é que as suas criações fizeram furor. E, para além de tudo isto, o seu característico sotaque fazia sorrir qualquer um. Não num tom pejorativo, claro, mas tendo em conta a enorme tensão que se vive em qualquer um dos episódios.

Carina é, para mim, sinónimo de crescimento, Vera de sofisticação, André Amorim de dedicação e João de elegância.


Com o avançar da competição aproxima-se cada vez mais o final de Projecto Moda. e, como tem sido possível verificar, semanalmente, perde-se sempre um talento. Sinceramente, não concordo com os concorrentes que ainda estão em competição, mas sou apenas mais um entre tantos outros e, comparativamente a profissionais desta área, pouco ou nada percebo de moda. Mas, se me perguntarem se gostava de uma segunda temporada do programa a minha resposta é um SIM categórico. Porque aqui, ao contrário do que acontece em outros programas de moda, não se retiram sonhos, mas ajudam-se a lançar jovens talentosos que muito têm a dizer num universo em que é cada vez mais perceptível a enorme competitividade.

E o que será de mim (e de tantos outros fãs) quando Projecto Moda terminar? Não sei, mas espero bem que a RTP não tenha “receio” e nos brinde com uma segunda série do programa. Porque a moda merece e, nós, telespectadores, também!


Iniciado um novo Frente a Frente, damos por encerrado o anterior. Neste sentido, aqui fica o resultado da sondagem que opunha as opiniões entre Iva Domingues e Merche Romero:

Iva Domingues, por Tiago Henriques - 72%

Merche Romero, por Pedro Esteves - 28%

2 comentários:

TVI Blog disse...

"Deviam tentar ser mais técnicos e não ter receio de fazer aquilo que os jurados de Achas que Sabes Dançar?, por exemplo, fizeram, ou seja, falar em termos técnicos."

Pego nesta parte do texto, para te perguntar se andas a ver o mesmo programa do que eu ?

Falam-se em imensos termos tecnicos, principalmente o Manuel Alves. Fala-se por vezes das texturas dos tecidos, como são feitos, a forma dos cortes nos tecidos, as linhas, tudo. Na passerelle é tudo explicado ao pormenor, e sim depois no final a palavra é "gosto" ou "não gosto", agora termos tecnicos, desculpa mas são muito abordados.

Aliás num programa destes, é preciso haver etendidos na matéria.

Gostei da tua opinião no geral ;)

Tiago Henriques disse...

Na passerele é tudo explicado ao pormenor? Bem, é explicado pelos concorrentes, agora pelo júri não. Falar das texturas dos tecidos é muito pouco. É a mesma coisa que, num concurso de canto dizeres: "cantas num tom mais grave, e ela num mais agudo". É muito pouco. Discordo totalmente quando dizes que os termos técnicos são muito abordados. Mas é a minha opinião ;)