Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.Às 21:00, entra em linha a edição de hoje de Os Escolhidos.
1 Não conheço a explicação oficial para o atraso de dois anos na estreia em Portugal de Negócio da China, telenovela brasileira com Joaquim Monchique, Maria Vieira, Ricardo Pereira e Carla Andrino. Não conheço nem preciso de conhecer: seja qual for, será difícil de acreditar nela. Depois de imensos meses a ler na imprensa as aventuras e as desventuras dos quatro actores portugueses no Rio, só podemos esperar uma de duas coisas: que a telenovela seja de facto má de mais (razão, aliás, que terá levado o público brasileiro a virar-lhe as costas); ou que seja demasiado satírica em relação aos portugueses e à "portugalidade", situação que a nossa habitual falta de auto-ironia não conseguirá nunca aguentar. Para já, registo o horário previsto: o início da tarde. Mas porque é que a SIC vai passá-la, afinal?
2 E, pronto, aí está mais uma notícia do género. Em Itália, líderes mafiosos usavam os rodapés dos programas mais populares da televisão para colocarem no ar SMS codificados com os quais mantinham informados e enviavam directrizes aos compinchas presos em cadeias de alta segurança (e, aliás, em alas onde era proibida qualquer comunicação com o exterior). É um esquema de tal maneira profissional e rebuscado que chega a ter graça. Felizmente, não demoramos a lembrar-nos de que aquelas mensagens, que o povo anónimo entendia como comentários avulsos e inofensivos sobre futebol e matérias afins, se destinavam a proteger os negócios do tráfico de droga, da corrupção e até do assassino a soldo. Mas quando é que os media vão aprender, de uma vez por todas, que a participação não editada do público é, em todos os sentidos (ainda que menos no comercial), um rigoroso absurdo?
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