30 de junho de 2010

Para lá das 24


Boa noite! Está em linha a edição de hoje do Para lá das 24!


Aquilo que há muito previa, mas que queria que não se desse, aconteceu nesta terça-feira: o jornal 24 Horas terminou. É o fim de 12 anos de jornalismo “alternativo”, diferente, mas ao mesmo tempo de alta qualidade e da qual era e sou fã.

Foram muito mais de 24 as horas em que o li, “devorei” e que com ele aprendi.


No meu entender, e no de muitas outras pessoas, esta é uma perda não só para a imprensa escrita, como também para a televisão e o mudo do espectáculo. Afinal de contas, era no 24 Horas que, diariamente, havia sempre notícias sobre o pequeno ecrã.

Agora com o seu término, o que será de nós, viciados em televisão? É certo que há revistas especializadas, e há diários generalistas que também dão algum destaque à televisão, mas quanto a mim, é muito pouco.


Confesso que, embora esperasse que isso acontecesse mais dia menos, não o esperava para tão cedo e ao mesmo tempo, surpreendentemente. Até porque, a publicação estava cada vez melhor.

O que será agora das minhas segundas-feiras sem ler a habitual entrevista de Luísa Castel-Branco? Ou das terças-feiras sem a sempre interessante conversa de Teresa Guilherme? Há ainda que ter em conta as não menos boas entrevistas de Pedro Pinto, Júlio Isidro ou Cláudio Ramos, as crónicas dos jornalistas “da casa”, ou os textos de José Carlos Malato.

O 24 Horas auto denominava-se o Jornal das Estrelas e mais do que isso, era também um jornal com estrelas.


No meu grupo de amigos, todos sabiam que era um vício meu “devorá-la”. Por muito que tivesse que fazer, a leitura do 24 Horas tinha que ser sempre feita. Ninguém sabe o que me custaram os dias em que estive fora do território nacional e em que não tive acesso a esta publicação.

É um facto, eu era “viciado” no 24 Horas. Basta perguntar a quem me conhece. Por algum motivo este jornal servia de fonte para vários posts que colocamos on-line.


Hoje, ou melhor ontem, foi um marco na imprensa escrita portuguesa. O dia não deixa de ter 24 Horas, mas a comunicação social perde o 24 Horas.


Oxalá que, em breve, se volte a pegar nesta publicação, no seu conceito, caso contrário poderei sempre dizer aos meus filhos que tive o prazer de acompanhar, de ler, criticar, um jornal que fez despertar em nós, portugueses, um outro lado, que fez com que víssemos determinados assuntos por outro prisma.

Até porque, citando Ana Meireles, a editora de Fecho, “Podem tirar-nos (d)o 24, mas não conseguem tirar o 24 de nós”.


Agora que termino esta crónica, reparo num facto curioso. O nome desta rubrica não podia estar mais adequado. A partir de hoje, passaremos a ver o que está Para lá do 24… Até já, 24 Horas!

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