Boa noite. Pela última vez esta semana, a opinião Para lá das 24!
Os desabafos lançados por Augusto Madureira na Notícias TV não são de facto nada de novo nem de previsível. Todos nós conhecemos e, de certa forma, já estamos habituados à passividade da RTP na fraca aposta no Festival Eurovisão da Canção. A televisão pública toma, de ano para ano, uma atitude cada vez maior de "marcar o ponto" no Festival, sem qualquer tipo de iniciativa, ambição ou crença numa hipotética vitória.
Na entrevista desta Sexta-Feira nem Augusto Madureira nem José Poiares ficaram bem nesta história. O jornalista da SIC ao proferir estas palavras desta forma pretende, simplesmente, "lavar roupa suja" na praça pública à mercê de todo o público nacional e também europeu. Ao criticar esta atitude de Augusto não quero, de forma alguma, discordar com a discussão deste desagrado, até porque talvez sejam as razões que levam a este mesmo desagrado o ponto fulcral no constante 'não-brilho' português. Mas há sítios, locais e horas certas para debater os problemas.
Ao ler o discurso fácil de Augusto caí-se também numa forma fácil de ver o problema. José Poiares (a figura representativa da delegação nesta história) esteve indiscutivelmente muito mal, quer este ano quer anteriormente, ainda para mais na forma como alegadamente rejeitou, insultou e (quase) agrediu Augusto Madureira e as suas propostas. Mas o autor da canção também tem que perceber que a partir do momento em que a sua obra vence o festival, a RTP tem automaticamente uma palavra a decidir, senão a última palavra a dizer em todos os assuntos em torno da música vencedora e da participação lusa.
Deste modo, há que haver ponderação na forma como se lançam as farpas, e foi aí onde Augusto falhou... A intenção do jornalísta da SIC é óbvia e clara - alertar que algo está mal na organização de cada participação portuguesa no ESC - mas para mudar este panorama não se deve criar esta discussão nada saudável nem construtiva na praça pública, mas sim encarar os problemas de frente, entrando na complexidade dos mesmos para assim tomar decisões que conduzam a mudanças, acima de tudo, por parte da RTP, transformando a eterna passividade numa nova ambição!
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