17 de fevereiro de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
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Sócrates e Berlusconi

Liberdade de expressão" e "Liberdade de imprensa". Os conceitos andam muito em voga. Cá como lá. Acabo de ler a notícia de que Silvio Berlusconi proibiu em Itália a realização de debates políticos na televisão pública, uma decisão que está ser lida na classe jornalística como uma tentativa do chefe do Governo italiano de silenciar a oposição. A medida que, evidentemente, deixa de fora as televisões privadas, uma das quais sua, é considerada um "atentado à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa e ao direito à informação".

Nas últimas semanas, no turbilhão de acontecimentos na política interna portuguesa, e no consequente chorrilho de disparates que se tem dito e escrito, há quem tenha tentado fazer o paralelismo entre Sócrates e Berlusconi. É um disparate. O primeiro-ministro português pode ter, e tem, sérias dificuldades em lidar com um jornalismo mais crítico, mas convém não exagerar, ainda por cima num país que vivia numa ditadura há 36 anos: nem Portugal é a Itália, nem a liberdade de imprensa e de expressão está em perigo cá no burgo. Se estivesse, a maior parte dos opinadores políticos em Portugal já estaria no desemprego.

Não me verão, neste capítulo, a defender Sócrates (a confirmarem-se todas as trapalhadas em que o chefe do Governo tem sido envolvido nos tempos mais recentes, acho mesmo que não lhe resta muita margem de manobra...), mas não vou seguramente engrossar a lista dos que preferem a conversa de café ou de táxi como estilo para bramir "ainda falavam do Salazar!". A ignorância é sempre o maior aliado da irracionalidade.

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