15 de fevereiro de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
Às 21:00, não perca mais um Frente a Frente.


Claramente Justo

Num mundo onde ser mulher parece ainda ser um handicap (como se o sexo, a cor do cabelo, o tom do casaco, a orientação sexual ou os gostos gastronómicos tivessem alguma coisa que ver com competência...), é justo apontar o caso de Clara de Sousa na condução do principal jornal da SIC. Com a saída de Judite Sousa da apresentação do Telejornal em 2008, e com excepção para os jornais de fim-de--semana, os principais blocos informativos são apresentados por homens.

Clara de Sousa destaca- -se. Não só por ser mulher, mas por ser competente... e mulher. Clara é eficaz perante a câmara - é bonita e telegénica; tem boa voz e excelente dicção; sabe fazer as perguntas certas, num estilo sereno mas firme.

Não estão em causa, evidentemente, as capacidade já demonstradas por José Alberto Carvalho, Rodrigues dos Santos, João Adelino Faria, Rodrigo Guedes de Carvalho, Pedro Pinto e José Carlos Castro. Cada um deles, dentro do seu estilo, com as suas idiossincrasias e registos próprios, tem o seu espaço, mas não deixa de ser curioso que num País em que há mais elas do que eles nas faculdades e na profissão, haja tanta relutância em dar espaço nobre de antena a pivôs femininas.

Esta desigualdade no acesso às primeiras linhas não é um exclusivo da televisão, como se sabe. Os jornais estão cheios de homens nas direcções e os dedos de uma mão chegam para contar o número de mulheres nos conselhos de administração das empresas cotadas no PSI-20. No dia em que nós acharmos que não somos os melhores, o mundo será infinitamente mais saudável...

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