25 de janeiro de 2010

Especial análise



Longe vão os tempos em que os formatos de sucesso não incluíam dentes aguçados e peles brancas como cal. Desde o lançamento de Crepúsculo, os vampiros largaram os seus caixões debaixo das terras da Pensilvânia, e caminham agora livremente nas mãos dos jovens e adultos. Sejam eles sensíveis adolescentes virgens de 17 anos que brilham ao sol, ou indivíduos que recuperam agora o seu já muito caducado bilhete de identidade devido à brilhante invenção do True Blood, a verdade é que os vampiros chegaram e parecem estar para ficar. Para trás ficaram as aventuras do jovem problemático feiticeiro, que após sete anos a ser perseguido, bem precisava de alguma paz. Agora, quando as doces adolescentes solitárias deitam-se nas suas caminhas a pensar num homem que as tire das suas enfadonhas realidades, é Edward Cullen quem as vem resgatar. Substitui-se a varinha pela força sobrenatural, o "Senhor das Trevas" por um trio de vampiros mal-intencionados, e abate-se novo sucesso nas livrarias e bilheteiras.



Já estamos habituados a que a originalidade não seja coisa da nossa terra, mas lá vamos tentando meter uma pitada de nacional nas estrangeirices. Após o sucesso de Floribela e do Big Brother, que por cá foram rendendo algum sucesso, as fronteiras abrem-se de novo e os vampirinhos tomam conta da nossa televisão. É claro que a rivalidade entre os dois principais canais tinha que se manter, e por isso mesmo a nossa SIC e TVI apressaram o passo para ver quem lançava primeiro o seu “produto original”. A primeira batalha foi ganha pela TVI, que lançou ontem Destino Imortal. Mas longe se pense que a guerra está perdida: ainda estamos no inicio da guerra vampírica.


O enredo de Destino Imortal gira à volta dos vampiros "bonzinhos", que saciam a sua sede no sangue animal, enquanto os vampiros "mauzões" matam humanos para se alimentarem. O romance, que não poderia deixar de ser o tema central da trama, começa na universidade, onde Miguel (Pedro Barroso) e Sofia (Catarina Wallenstein) se encontram pela primeira vez. Mas Sofia carrega consigo um segredo obscuro: ela é uma vampira! Mas não é uma vampira qualquer, é uma vampira com uma mutação genética. Contrariamente a todo o seu clã, Sofia consegue expor-se ao Sol sem se transformar em pó.


No meio disto tudo, o humano afinal não é assim tão humano, mas afinal é um “dampiro”. Para quem nunca ouviu falar em tal coisa, passa-se a explicar que “dampiro” é algo entre o vampiro e o humano. Um meio meio, que no final me deixa a pensar que não é nem carne nem peixe. Vai ser com Sofia que Miguel vai compreender os seus poderes, nomeadamente a capacidade de voar. É precisamente aqui que os vampiros atingem o seu auge, tornando-se em autênticos super-heróis.


E com este novo sucesso a TVI arranca com Destino Imortal durante seis episódios, que se pegarem sucesso ainda se deixam ficar por mais doze ou vinte e quatro. As audiências ainda não se fizeram ouvir, mas cá me cheira que ainda vamos ouvir falar muito de Destino Imortal.


Dia 31 cá contamos com a nova aposta da SIC, Lua Nov…perdão, Lua Vermelha, que já se fez ouvir proclamando a sua atitude vanguardista e inovadora. E, para aqueles que se perguntam onde já viram aquele cabelo, nada tem a ver com Robert Pattinson e a sua falta de dinheiro para ir ao cabeleireiro. Semelhanças à parte, os vampiros parecem ter deixado para trás os seus velhos hábitos, assumindo-se agora à luz do dia.
Com sangue sintético ou mutações genéticas, a verdade é que os vampiros portugueses chegaram à televisão, e seja pelos seis episódios prometidos pela TVI ou pelos 180 propostos pela SIC, os vampiros parecem ter vindo mesmo para ficar.

4 comentários:

Tiago Henriques disse...

Olá Marta! Parabéns pela análise. Está mesmo muito bom ;)
Sê bem-vinda à equipa! ;)

Cláudia disse...

Parabéns Marta =)

Anônimo disse...

Esta cronista também não deve ter visto o episódio mas apenas lido as sinopses das revistas. Onde é que eles bebem sangue sintético??? O vampiro do Rogério Samora diz que fizeram um acordo com um matadouro para o seu alimento/sangue. E onde é que está a análise? O que é que a cronista achou da série? Da realização? Dos actores? Do texto? Da imagem? Do som? Népia, não diz nada. Apenas generalidades que podem ser escritas a partir do resumo da TV Guia. Vim consultar este blog recentemente e já percebi que não vale a pena perder mais tempo aqui... Como disse num outro comentário, o que andam aqui a fazer críticos supostamente profissionais? Ou será que na verdade não são tão profissionais como isso, e o nível da escrita nos jornais é o mesmo que este amadorismo aqui apresentado?

MartaOnne disse...

Caro Anónimo,
Desde já agradeço o comentário, atendendo ao facto que são as críticas, positivas ou negativas, que nos motivam a procurar ver os nossos erros e a melhorar. Relativamente ao seu comentário, "sangue sintético" é realmente uma gralha, pois era intenção escrever "sangue animal". Esse é um erro que tratarei de corrigir imediatamente. Quanto à crónica, uma análise da realização, dos actores, dos efeitos especiais, do argumento, do som, da realização, são obviamente necessários, contudo demasiado prematuras para serem feitas após um primeiro episódio. Esta crónica trata-se de uma análise inicial às novas telenovelas de vampiros recém-chegadas à televisão portuguesa. Tendo em conta que brevemente Destino Imortal terminará, o Televisão - Opinião não deixará de fazer a sua análise final à história, onde esses e muitos outros aspectos poderão ser fielmente criticados, sem cair no erro de o fazer precocemente.
Cumprimentos,
Marta Miranda