Boa noite. Fechamos esta quinta-feira com a habitual crónica de Nuno Azinheira retirada do Diário de Notícias.
O impacto dos gordos
Peso Pesado é mais do que um programa de televisão, é a locomotiva com que a SIC espera iniciar a marcha rumo à liderança de audiências. Tal como aconteceu com outros programas no passado, e não só em Carnaxide, como também na TVI, o reality show tem presença transversal em grelha. E com resultados positivos. Para lá do sucesso que tem sido Peso Pesado em prime time (tem ficado à frente da novela Anjo Meu, que liderava as audiências), o impacto do programa dos gordos está a fazer-se sentir também, por exemplo em Querida Júlia. Esta semana, o magazine matinal da SIC, que no mês de Abril andou a maior parte dos dias abaixo dos 15% de quota de mercado, já saltou para valores acima dos 20 pontos, aproximando-se da concorrência vencedora. Ainda terça-feira, a emissão matinal de Júlia Pinheiro chegou aos 24,5%, o melhor resultado a seguir à estreia.
A SIC vai, naturalmente, explorar o filão, até porque, depois do primeiro programa (que aqui critiquei pelo excessos indignos que exibiu), já deu para perceber que há histórias de vida paralelas que podem e devem ser contadas. Mas, atenção, Peso Pesado não fará milagres. Poderá ser o arranque de qualquer coisa, é certo (como Ídolos já foi), mas, sozinho, sem outras ofertas estruturantes na grelha, fará pouco.
Para voltar a liderar, a SIC tem de ter um daytime forte. Não lhe basta ter um formato internacional de sucesso e uma boa novela portuguesa. Mas, apesar de tudo, a SIC está no caminho certo. Tal como há dez anos, com Moniz na TVI, o ataque inicial começa no horário nobre, hoje bem mais competitivo do que era há seis ou sete meses. Júlia Pinheiro pediu um ano para liderar as manhãs. Ela lá terá razão. 2011 não será ainda o ano da SIC, mas recuperar o segundo lugar é obrigatório.
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